O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (LEPAC) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) adquiriu dois equipamentos que vão auxiliar na identificação de micro-organismos em exames no laboratório e no Hospital Universitário (HU) da UEM. Juntos, o Maldi-tof Biotyper Sirius e o Espectroscópio de Infravermelho - IR Biotyper, da empresa Bruker Corporation, custaram quase R$ 3 milhões.
Eles foram adquiridos após suplementação feita pelo Governo do Estado para o orçamento da universidade. No Paraná, somente o Laboratório Central do Estado do Paraná (LACEN-PR) possui um Espectrômetro FTIR, enquanto o primeiro aparelho, o Maldi-tof, é inédito em todo o Estado.
De acordo com o Laboratório, a partir do uso dos aparelhos, a identificação de micro-organismos como bactérias, fungos, leveduras, fungos filamentosos, micobactérias e mecanismos de resistência a antimicrobianos (como KPC e MRSA, muito comuns em ambientes hospitalares) será muito mais rápida.
“A identificação bacteriana leva até 24 horas, enquanto a dos fungos, às vezes dias. O Maldi-tof permite a identificação em menos de um minuto”, avaliou a coordenadora do LEPAC, Regiane Bertin de Lima Scodro, professora do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina (DAB) da UEM.
Já o outro aparelho, o Espectrômetro FTIR, detecta sorotipos e sorogrupos de bactérias e outros micro-organismos, agrupando-os em grupos ou clusters. Dessa forma, segundo Regiane, o Laboratório vai contribuir ainda mais para o entendimento da epidemiologia do estado do Paraná. “Com ele, podemos inclusive detectar os surtos em ambiente hospitalar, além de guiar para o desenvolvimento de novas vacinas”, avaliou.
O reitor da UEM, Leandro Vanalli, comenta que o investimento realizado nos equipamentos faz parte do planejamento da gestão, de transformar o Complexo de Saúde da UEM em excelência de atendimento para toda a região Noroeste do Estado.
“O nosso Complexo de Saúde tem sido beneficiado com investimentos do governo estadual, por meio das secretarias governamentais e de fundos próprios, com o objetivo de manter a excelência já reconhecida da UEM no ensino e pesquisa. Isso se reflete em uma estrutura renovada e atualizada, não apenas nos equipamentos, mas também em novos serviços que proporcionem à população um atendimento de alta qualidade, ágil e preciso, aprimorando, assim, a qualidade de vida dos indivíduos”, disse.
HOSPITAL– Os aparelhos serão utilizados por equipes do LEPAC e também do Hospital Universitário (HU) da UEM. Os dois grupos de servidores passarão por um treinamento nesta semana, em que também será feita a interface entre os equipamentos e o Hospital Universitário. O intuito da ação, inclusive previsto em contrato, é que os servidores do HUM possam utilizar os aparelhos remotamente (o LEPAC está localizado no câmpus sede da UEM).
Atualmente, o Laboratório presta atendimento à Prefeitura de Maringá e a toda a Macrorregião Noroeste do Estado, que compreende 115 municípios e quase 2 milhões de pessoas. “A intenção é melhorar a infraestrutura e levar um diagnóstico de maior qualidade à população atendida pelo SUS principalmente. Com isso, diminui o tempo de identificação microbiana, levando a tratamentos mais assertivos, o que causa um impacto direto no tratamento e controle de doenças, salvando vidas”, completou a coordenadora do LEPAC.