O Paraná mais uma vez foi destaque no Prêmio Queijo Brasil, que chegou em sua 8ª edição e celebrou os vencedores na última semana, em Blumenau (SC). Foram 165 os queijos premiados do Estado, um aumento de 27,9% em relação aos 129 premiados no ano passado. O Estado ficou atrás apenas de Minas Gerais, que arrebatou mais de 400 prêmios. Este ano houve 1.242 queijos artesanais premiados.
Os queijos paranaenses foram produzidos por 51 pessoas ou empresas familiares diferentes. O Paraná trouxe 47 medalhas de ouro, 66 de prata e 52 de bronze. “O crescimento observado de um ano para o outro é uma boa sinalização de que há grande potencial para nos tornarmos cada vez mais fortes também na produção de queijos e outros derivados lácteos tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, salientou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.
O Prêmio Queijo Brasil também escolheu a melhor queijaria de cada um dos estados. No Paraná a vitoriosa foi a Queijaria Delícias Beni, de Jandaia do Sul, no Vale do Ivaí, com o seu queijo muçarela nozinho, que foi ouro. Ela também levou para Jandaia do Sul a medalha de ouro para o queijo requeijão de corte, e a de bronze para o queijo tipo parmesão e o manteiga artesanal. Na edição do ano passado os queijos muçarela nozinho, requeijão e o minas frescal foram premiados com medalhas de prata.
“Essas premiações marcaram profundamente nossa trajetória. Esses títulos representam mais do que técnica: eles celebram a dedicação de uma família que acreditou no valor do trabalho rural e no potencial do queijo artesanal brasileiro”, disse a proprietária Elzilene Dornele Alegre. “Estamos muito felizes em ver nosso esforço reconhecido em um evento tão importante para o setor, e seguimos firmes no propósito de levar aos lares um produto feito com carinho, cuidado e sabor de verdade”.
A Delícias Beni – combinação dos nomes dos filhos do casal, Benício e Nicolas – nasceu de um sonho que começou no campo. Em 2019 Elzilene deixou sua antiga profissão de auxiliar administrativa e decidiu abraçar a vida rural com a missão de produzir queijos artesanais com qualidade, alma e respeito à tradição.
“Começamos pequenos, com poucas vacas e muita coragem, construindo nossa agroindústria familiar do zero; hoje toda a família participa: meu marido (Cláudio) cuida do manejo dos animais, meus filhos ajudam na ordenha e eu sigo na criação e produção dos queijos”, disse.
Elzilene salientou ainda o apoio dos extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) para o sucesso da queijaria. “Nos auxiliam muito, são os meus maiores incentivadores e isso faz uma grande diferença”, afirmou. Entre as queijarias atendidas por servidores do IDR-Paraná houve a conquista de 21 medalhas de ouro, 24 de prata e 13 de bronze. “É o resultado do que nossos extensionistas semeiam todos os dias no campo”, disse a coordenadora estadual de Agroindústria, Karolline Marques da Silva.
INICIATIVAS– Um dos grandes incentivos para a produção de queijos no Paraná foi a criação em 2021 da Rota do Queijo, que passou a integrar o turismo rural, tendo a produção e a divulgação do queijo artesanal como principais atrativos.
Também ajudou na profissionalização a instituição do Prêmio Queijos do Paraná, que este ano teve a inscrição de 476 queijos de 107 produtores e laticínios, distribuídos em 76 municípios. Para se chegar à qualidade necessária à premiação, o Estado e parceiros da iniciativa privada oferecem dezenas de ações de capacitação.
O objetivo do prêmio é valorizar e divulgar a qualidade das queijarias paranaenses, com foco na excelência da produção e na diversidade de produtos. O Prêmio Queijos do Paraná é promovido por um comitê gestor formado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sistema Faep/Senar, Sebrae-PR, Sindileite-PR e Sistema Fecomércio-PR.
A região Sudoeste do Paraná também tem desde 2022 o Inova Queijo, evento anual que tem o apoio do Governo do Estado e visa levar informações técnicas para melhorias desde a produção até a entrega ao consumidor final.
No Oeste, este ano foi promovido o terceiro Conecta Queijo, com o objetivo de conectar sabores, conhecimentos e técnicas para valorizar o produto. Tanto o queijo do Sudoeste do Paraná quanto o da Colônia Witmarsum, nos Campos Gerais, têm Indicação Geográfica (IG) de origem.
SUSAF– Também tem contribuído para melhor divulgação e aumento de renda aos produtores de queijo artesanal no Estado a adesão de municípios ao Susaf (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte). Até o momento 183 municípios aderiram.
A adesão municipal ao sistema possibilita que estabelecimentos interessados em vender produtos agroindustrializados de origem animal possam comercializar fora dos limites municipais com a anuência do Sistema de Inspeção Municipal. Para isso as agroindústrias seguem protocolos de autocontrole higiênico-sanitário.
O Governo do Estado oferece ainda apoio aos pecuaristas de leite, agroindustriais e pequenas cooperativas por meio do Banco do Agricultor Paranaense. Por ele é possível realizar investimentos com vistas à produção de queijos e outros derivados do leite, e o Estado ajuda no pagamento de parte dos juros.
Confira AQUI a listagem dos queijos premiados.