Com a finalidade de proteger os pomares de ponkan em Doutor Ulysses e Cerro Azul, cidades do Vale do Ribeira, na Região Metropolitana de Curitiba, fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) estão orientando os produtores sobre os cuidados com o greening, principal doença que afeta a citricultura no mundo. Os fiscais iniciaram esta semana um trabalho em pomares com plantas sintomáticas, auxiliando na detecção e na erradicação das plantas doentes. O Vale do Ribeira é a principal região produtora de tangerinas do Paraná.
A ação é mais uma edição da Operação Big Citros, que visa baixar a incidência do greening. A estratégia é repetir o modelo realizado desde 2023 nas regiões Norte e Noroeste do Paraná que configurou o mesmo desafio de enfrentar a doença. Foram acionados 30 servidores da Adapar, divididos em 13 equipes.
“A nossa resposta rápida, orientando o produtor a identificar os sintomas, junto com a identificação das plantas sintomáticas e a educação sanitária ajuda a manter a sanidade da cultura da ponkan na região”, diz Carolina Garbuio, chefe da Divisão da Sanidade da Citricultura da Adapar.
O trabalho iniciou com o mapeamento de aproximadamente 700 propriedades dos municípios. Nessa primeira fase os fiscais de defesa agropecuária receberam as coordenadas e as equipes foram direcionadas para atuarem em uma amostragem de 10% dessas propriedades. Além de identificar a presença da doença, os produtores são orientados quanto aos sintomas e formas de evitar que o greening se alastre para todo o pomar.
AÇÃO- O fiscal da defesa agropecuária Orlando Hansen explicou como funciona a atuação do técnico da Adapar nestes pomares. "O fiscal notifica o produtor para fazer o corte da árvore doente rente ao solo. E importante reforçar para o produtor que fazemos isso com o cuidado de evitar a rebrota, pois a doença é sistêmica e ela pode voltar", disse. Orlando destacou que essas ações evitam que o produtor tenha maiores perdas em seus pomares e possa manter ativa sua produção.
As equipes técnicas da Adapar e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) ainda não constataram a presença da Diaphorina citri Kuwayama, psilídeo asiático dos citros transmissor da doença. A Adapar também tem alertado para o comércio ilegal de mudas, que podem carregar plantas doentes que ajudam a transmitir o greening. Na última sexta, a agência reuniu produtores no Ceasa para alertar acerca desse risco.
Amazino de Jesus Despanches, dono de um pomar de mais de mil pés em Cerro Azul, é um dos que receberam a visita da equipe da Adapar. Ele destacou que as orientações ajudam nesse momento de preocupação. "A gente ouvia falar em São Paulo e em Minas Gerais. Agora que chegou aqui, a gente ficou meio por fora. Agora, com as orientações da Adapar ajudou muito" disse.
HLB– O greening ou HLB (Huanglongbing) afeta seriamente as plantas cítricas, provocando queda prematura dos frutos e redução da produção, podendo levar à morte precoce das plantas. Os frutos afetados geralmente ficam menores, deformados, apresentando formato semelhante ao de pera, com sementes abortadas, menor teor de açúcares e acidez elevada, o que compromete o sabor e reduz o valor comercial, tanto para o consumo in natura quanto para o processamento industrial.
Diante deste cenário, o governador em exercício, Darci Piana, assinou o Decreto nº 10.445, publicado nesta segunda-feira (30), que amplia por mais 180 dias a situação de emergência fitossanitária para o greening . Isso permite que o Estado mantenha maior agilidade e efetividade nas ações de controle da doença.