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Homenagem a Dalton Trevisan: "Daqui Ninguém Sai" encerra temporada no fim de semana

Montagens baseadas na obra de Dalton Trevisan marcam a história do Centro Cultural Teatro Guaíra desde os anos 1990. No centenário do autor, a par...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
13/06/2025 às 12h06
Homenagem a Dalton Trevisan:
Foto: Reprodução/Secom Paraná

Este é o último fim de semana para assistir à peça "Daqui Ninguém Sai", montagem do Teatro de Comédia do Paraná (TCP) que presta homenagem ao centenário de Dalton Trevisan. As sessões finais desta temporada acontecem nesta sexta-feira (13) e sábado (14), às 20h30, e domingo (15) às 18h, no Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha), no Centro Cultural Teatro Guaíra. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro e pelo site DiskIngressos .

Neste sábado, 14 de junho, Dalton Trevisan, considerado um dos maiores contistas da literatura brasileira, completaria 100 anos. Morto no dia 9 de dezembro de 2024, aos 99 anos, Dalton deixou um legado para a literatura brasileira e também para o teatro. Nos palcos do Teatro Guaíra, ele manteve laços estreitos e uma duradoura relação artística.

“Ele teria dito em algum momento que não daria o prazer da celebração dele de 100 anos e, de fato, ele se foi aos 99, mas deixa o legado eterno, imortal e que a gente celebra no Guairinha com sua obra levada ao palco”, diz a diretora do espetáculo, Nena Inoue.

“Daqui Ninguém Sai” teve o título escolhido pelo próprio escritor antes de sua morte e terá a temporada encerrada com uma discreta homenagem no sábado, bem ao gosto de Trevisan, que era completamente avesso aos holofotes. “Encerrar esta temporada no dia 15 de junho foi proposital. Marcamos para celebrar o mês de aniversário de Dalton com o espetáculo pulsante ao público, com casa cheia, celebrando Dalton Trevisan, hoje e sempre, porque quando nós não mais aqui estivermos, a obra dele estará viva e presente”, afirma Nena.

A montagem reúne mais de 60 contos do autor, além de trechos inéditos de sua correspondência pessoal com figuras como Otto Lara Resende e Carlos Drummond de Andrade. Também revela ao público os bastidores do processo de adaptação literária para o palco, em uma dramaturgia que passou por 27 versões até chegar ao formato final. O texto foi construído a partir dos contos originais, respeitando a linguagem do autor.

CONEXÕES ENTRE LITERATURA E TEATRO– Em 1956, Dalton participou do Teatro Experimental do Guaíra, integrando o Conselho Literário e Artístico do grupo. Conhecido por seu rigor com a linguagem e pela relutância em liberar adaptações de seus escritos para o teatro, Dalton só autorizou versões teatrais de seus textos a partir dos anos 1990.

Em 1989, o Teatro Guaíra era dirigido por Constantino Viaro, amigo de Dalton Trevisan. Foi ele quem convidou o escritor para assistir à montagem da peça “Noite na Taverna”, dirigida por Ademar Guerra, um dos mais importantes diretores da época. Dalton se encantou pelo trabalho do diretor e entregou os textos para adaptação, com a condição de que seus contos fossem mantidos na íntegra, sem alterações.

“Mistérios de Curitiba”, dirigida por Guerra e produzida pelo Teatro de Comédia do Paraná, estreou no dia 9 de maio de 1990. O diretor selecionou contos das obras de Trevisan e construiu um mosaico dramatúrgico que retratava a Curitiba marginalizada, silenciosa e enigmática.

O cenário marcante trazia uma grande araucária com raízes que lembravam as patas de um elefante, de onde emergiam as personagens. No elenco, 13 atores, incluindo Emilio Pitta, Lala Schneider, Mario Schoemberguer, João Luiz Fiani, Helio Barbosa, Ires Daguia, Nena Inoue. A peça foi um sucesso de público.

Em seguida, vieram montagens emblemáticas como “O Vampiro e a Polaquinha”, uma das peças mais longevas em cartaz na cidade: foram quase sete anos em cartaz. Produzida pela Fundação Cultural de Curitiba, a peça estreou em 1992 no Teatro Novelas Curitibanas. Entre 1996 e 1998, foi apresentada em diversas cidades do Interior do Estado e nos palcos do Teatro Guaíra, que assumiu a continuidade do trabalho.

“O Teatro Guaíra adotou a peça e possibilitou a continuidade”, diz Nena. O espetáculo, que também foi dirigido por Ademar Guerra, reunia 11 contos de Dalton Trevisan. O elenco contava com Lala Schneider, Silvia Contursi, Rogerio Dellê, Paulo Friebe, Hugo Duarte, Regina Bastos, Guta Stresser e Nena Inoue, entre outros grandes nomes da cena local.

Também foi encenada no Teatro Guaíra a peça “O Ventre do Minotauro” (1998), monólogo estrelado por Mario Schoemberger, com direção de Marcelo Marchioro. A peça trouxe novamente o universo literário de Trevisan ao palco com intensidade e humor sombrio, mergulhando nos labirintos da vida urbana.

Com estética expressionista, retratava personagens sufocados por desejos, traumas e violências cotidianas. A montagem captava o universo cruel e seco do autor, com destaque para temas como solidão, machismo e hipocrisia social.

Outro espetáculo marcante montado pelo Teatro de Comédia do Paraná foi “Pico na Veia” (2005), também dirigida por Marchioro. O título da peça era uma referência ao livro de Trevisan e à frase: “Um bom conto é pico certeiro na veia”.

A peça trouxe temas contemporâneos, como violência urbana e a realidade de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, retratando o mundo marginalizado dos dependentes químicos. A encenação é crua e impactante, refletindo o estilo direto e sem concessões de Dalton Trevisan. No elenco, Claudete Pereira Jorge, Zeca Cenovicz, Silvia Monteiro, Rodrigo Ferrarini e Rafael Rocha.

Para Áldice Lopes, diretor artístico do Teatro Guaíra, a obra de Dalton está intrinsecamente ligada à trajetória do espaço. “Dalton venceu os maiores prêmios da literatura em língua portuguesa, incluindo o Camões, e foi igualmente importante para a cena teatral do Paraná. Seus personagens e temas encontram eco no palco do Guaíra, onde sua obra será sempre lembrada”, afirma.

Serviço:

"Daqui Ninguém Sai"

Datas: Sexta (13) e sábado (14), às 20h30, e domingo (15), às 18h

Local: Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha) — entrada pela Rua Amintas de Barros

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), no site DiskIngressos ou na bilheteria do Teatro Guaíra (Rua Conselheiro Laurindo, 175, Centro - Curitiba)

Pessoas surdas ou com deficiência auditiva têm direito à entrada gratuita, retirando o ingresso a partir de uma hora antes da apresentação no Teatro Guaíra, no mesmo local em que o público acessa o espetáculo, pela Rua Amintas de Barros.

Classificação: 16 anos

Intérprete de Libras disponível em todas as sessões

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