A Polícia Científica do Paraná (PCP) realizou nesta semana em Curitiba o primeiro curso sobre o uso forense da tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging), utilizado em locais de crime. Ele é ideal para atuação em cenas de acidentes de trânsito, impactos de projéteis e incêndios. Com a capacitação, os profissionais terão mais recursos para realizar o levantamento, confeccionar croquis digitais e reconstituir imagens tridimensionais, tanto em ambientes internos quanto externos, com mais precisão e riqueza de detalhes.
A tecnologia é utilizada por meio de smartphones, pelo aplicativo Scaniverse e o software Blender – ferramentas essenciais para a captura, processamento e análise de ambientes em 3D. O curso aborda desde erros comuns e limitações do escaneamento até boas práticas operacionais, com ênfase em exercícios práticos
O diretor da Academia de Ciências Forenses (ACF), Alexandre Lara, destaca a importância do curso para o trabalho integrado das instituições. “Esse treinamento é importante para promover a integração entre as polícias científica e federal, porque promove a troca de experiência dos profissionais, aprimora e qualifica o trabalho dos peritos oficiais criminais e técnicos de perícia”, diz.
Segundo Alexandre, uma das vantagens da tecnologia é a possibilidade de interagir com o ambiente virtualmente. “Essa tecnologia tem a vantagem de, ao contrário de uma tomada fotográfica ou uma imagem de drone que registra uma informação estática, ter a capacidade de compor um cenário dinâmico, no qual é possível fazer uma navegação, um vídeo, aproximar e afastar dos objetos”, conclui.
O perito e instrutor Rodrigo Abreu reforça os benefícios para a cena do crime. “Uma das grandes vantagens é a preservação do local para a posteridade, como você grava a cena em um objeto 3D, fica fácil a qualquer momento olhar a cena de novo, medir dados e encontrar mais resultados”, afirma.
LIDAR– A sigla LiDAR significa Light Detection and Ranging (Detecção e Alcance por Luz). A tecnologia funciona com o disparo de feixes de laser para medir distâncias com alta precisão, gerando mapas tridimensionais detalhados do ambiente. Em smartphones, o LiDAR é utilizado em funções como realidade aumentada, medição de altura de objetos e melhoria da qualidade fotográfica — e agora também se torna uma ferramenta poderosa para a ciência forense.
TREINAMENTO– Organizado pela ACF, o treinamento acontece nos dias 10 e 11 de junho, com duas turmas formadas por servidores da Polícia Científica do Paraná e da Polícia Federal. As aulas são ministradas pelo perito criminal Rodrigo Abreu, da Unidade de Execução Técnico-Científica de Pato Branco (PR).