O Teatro José Maria Santos encerrou neste domingo (8) a temporada de “Gregor – uma odisseia patética”, espetáculo do G2 Cia. de Dança do Teatro Guaíra, que registrou mais de mil espectadores. Desde a estreia, em 31 de maio, todas as seis sessões tiveram plateia cheia, além de encenações exclusivas para escolas, demonstrando o entusiasmo pela montagem que marca os 25 anos da única companhia pública de bailarinos master da América Latina.
Com direção e dramaturgia de Andrei Moscheto, do grupo Antropofocus, a peça levou aos palcos uma narrativa sensível e bem-humorada sobre os desafios da existência, combinando dança, teatro físico e comicidade. Foi a primeira incursão do G2 no universo da comédia, e a recepção calorosa do público fiel e dos novos espectadores demonstrou que a aposta foi certeira.
A administradora Solange Bueno da Lima foi uma das muitas estreantes nas plateias do G2. “Achei muito criativo. Passou uma mensagem bem positiva. Foi uma surpresa muito boa”, afirmou. Já o professor universitário César Bueno de Lima, que também assistiu pela primeira vez a uma peça da companhia, destacou a identificação com a temática. “A peça mostrou de forma muito clara como a rotina pode nos consumir e como é difícil buscar a liberdade. Me senti muito contemplado”.
Entre os entusiastas, houve também quem se emocionasse profundamente com a proposta estética e emocional da obra. “Foi um mergulho incrível. Uma explosão de sentimentos, do riso ao choro. Tudo milimetricamente pensado, maravilhoso”, disse a psicóloga Ketlen Marques. Para a propagandista farmacêutica Gabriela Lionço, o espetáculo tocou fundo. “É incrível como algo sem palavras pode comunicar tanto. Deu pra rir e chorar”.
EXPERIMENTAÇÃO ARTÍSTICA– A temporada também reafirmou o compromisso do G2 com a experimentação artística, apostando em uma linguagem híbrida, com referências do humor físico ao existencialismo kafkiano, passando pelo cinema clássico e a ironia de Quino. O elenco deu corpo e emoção à odisseia de Gregor, personagem que reflete os impasses do cotidiano e o desejo persistente de viver com sentido.
A trilha sonora e a sonoplastia são assinadas por Enzo Veiga; a cenografia é de Gabrielle Windmüller, com assistência de Su Monteiro; figurinos de Cris Rosa; adereços de Fer Bueno; iluminação de Nathan Gabriel; e assistência de direção de Vitor Berti. No palco estão os artistas Clionise de Barros, Júlio Mota, Rogério Halila, Leandro Nascimento, Cinthia Andrade, Grazianni Canalli, Neury Gaio, Daisy Wor e Ricardo Garanhani.
SOBRE O G2– Criado em 1999, o G2 Cia. de Dança é a única companhia pública de bailarinos master em atividade na América Latina. Nascida da inspiração em uma companhia holandesa, a proposta do G2 é valorizar a maturidade artística dos intérpretes, com liberdade para explorar novas linguagens e estéticas na dança contemporânea.