A Copel vai pagar R$ 1,3 bilhão em dividendos no dia 15 de maio, anunciou a companhia ao divulgar os resultados do primeiro trimestre deste ano. O valor é referente ao exercício de 2024. O resultado consolidado, composto pela Copel Holding, Copel Geração e Transmissão (GeT), Copel Distribuição (DIS), Copel Comercialização (COM), foi divulgado na quarta-feira (7) e apresentado na manhã desta sexta em conferência online.
Neste mês, a Copel anunciou uma nova política de pagamento de dividendos, para dar mais previsibilidade aos acionistas. A frequência mínima de pagamento será de duas vezes por ano, com distribuição mínima de 75% do lucro líquido. A Copel é presidida por Daniel Pimentel Slaviero, irmão do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel.
Nos três primeiros meses deste ano, o lucro líquido (a lucratividade total da companhia) chegou R$ 664,7 milhões, crescimento de 24,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido recorrente foi de R$ 576,9 milhões, crescimento de 6,4% e relação a 2004.
O investimento total da companhia no primeiro trimestre foi de R$ 678,2, 14,5% a mais que no período anterior (R$ 592 milhões). O total previsto para 2025 é de R$ 3.029,1 milhões. A Copel Distribuidora aumentou seus investimentos para R$ 596,6 milhões (foram R$ 534,6 em 2024). Já a geração e transmissão tiveram menos recursos, de R$ 33,9 milhões (em 2024 foram R$ 80,8 milhões).
Privatização e piora
A privatização promovida pelo governo de Ratinho Júnior (PSD) em 2023 possibilitou a adoção da nova política de dividendos, mas os serviços oferecidos à população perderam qualidade, um processo que começou há pelo menos quatro anos. O número de funcionários foi reduzido de cera de 6 mil para aproximadamente 4,3 mil. Só em agosto do ano passado, cerca de mil trabalhadores deixaram a companhia.
Segundo ranking da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgado em abril deste ano, a Copel Distribuição entre as três piores do país: após quatro anos em queda, a distribuidora fechou 2024 a 29ª posição em todo o país, à frente apenas da CEE, do Rio Grande do Sul, e da Equatorial, de Goiás.
A classificação é baseada no Desempenho Global de Continuidade (DGC), obtido com base na duração e na frequência das interrupções no fornecimento de energia. O cálculo leva em conta a DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e a FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora). No ano passado, o DGC da Copel subiu de 0,86 para 0,92.
Para a Copel, o ranking da Aneel traz uma "percepção distorcida", por considerar o DEC (na qual a companhia aparece em 5º lugar) a métrica mais importante.
Em audiência pública realizada em março na Assembleia Legislativa do Paraná, representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Paraná (Fetraf-PR), da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) criticaram a atuação da empresa.
As entidades elaboraram um documento em que cobraram um plano emergencial de resposta aos apagões; um prazo máximo para restabelecimento da rede elétrica; a revisão da estrutura operacional; a garantia de transparência sobre a falta de materiais e problemas de infraestrutura; compensações financeiras para as quedas prolongadas de energia; isenção na fatura das famílias prejudicadas; e a abertura de canais mais ágeis para atendimento de consumidores.