A Academia Paranaense de Letras (APL) recebeu nesta semana os diretores do Centro Cultural Teatro Guaíra para a apresentação do livro que celebra os 140 anos do principal espaço cênico do Paraná. Durante o tradicional Café da Manhã dos Imortais, nesta quarta-feira (7), os membros da academia acompanharam uma exposição sobre a obra "Teatro Guaíra 140 Anos", escrita pelo jornalista e ex-assessor de comunicação do teatro, Zeca Corrêa Leite. Cada acadêmico recebeu um exemplar do livro que resgata a trajetória do Guaíra desde sua fundação até os dias atuais.

O diretor-presidente do Teatro Guaíra, Cleverson Luiz Cavalheiro, convidado pelo presidente da APL, Paulo Vitola, falou sobre o entrelaçamento da sua própria história com a do Teatro Guaíra, no qual é funcionário há 40 anos. “Eu comecei no chamado chão de fábrica, sempre participando do processo de todos os trabalhos do teatro, principalmente nos bastidores dos corpos artísticos”, disse. Ele contou, também, que um dos momentos marcantes foi presenciar o nascimento da Orquestra Sinfônica do Paraná, que neste ano completa 40 anos.

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Cavalheiro ressaltou o trabalho dos profissionais da arte, em especial daqueles que atuam nos bastidores. “Nosso trabalho é de fomentar a arte, mas também estabelecemos esta meta, de fazer o resgate da memória do teatro paranaense, mostrando a nossa produção cênica de excelência, formada por grandes artistas, produtores e técnicos, de resgatar esse processo todo”, disse.

O diretor artístico do Teatro Guaíra, Aldice Lopes, também destacou a importância do registro histórico das artes cênicas no Paraná. Para ele, preservar a memória do teatro é uma forma de garantir a sustentabilidade da arte e de reverenciar os artistas que ajudaram a construir essa história. “A gente fala tanto de sustentabilidade, mas não fala da sustentabilidade da memória do artista e da arte do Paraná. Histórias importantíssimas estão se perdendo, e essa foi a meta: contar de forma mais humana, falando das pessoas que fizeram parte deste espaço”, afirmou.

Ele também citou o sucesso do livro que celebrou os 60 anos do Teatro de Comédia do Paraná, lançado em 2024, e que serviu de inspiração para a obra comemorativa dos 140 anos do Teatro Guaíra. Segundo ele, o livro atual mantém essa mesma proposta sensível com uma escrita mais poética, com texto do jornalista Zeca Corrêa Leite, elogiado por sua abordagem afetiva.

A professora Marta Morais, notória pesquisadora da área teatral no Paraná e ocupante da cadeira 27 da Academia Paranaense de Letras, disse estar emocionada com estas obras lançadas pelo Teatro Guaíra. "Esses livros são extraordinários. Representam o ápice de um trabalho iniciado nos anos 1970, de resgate e documentação da história do teatro no Paraná. Ressalto também a importância de registrar o nome de todos os profissionais que trabalham ativamente nos bastidores, que, se não fossem esses registros, acabariam esquecidos ou mesmo apagados da história”, afirmou.

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NOVOS PROJETOS– No encontro, o diretor artístico do Teatro Guaíra anunciou que a segunda edição do livro dos 140 anos já está em produção, e que exemplares da primeira edição foram enviados a diversas entidades e bibliotecas, além de uma versão digital que deve ser disponibilizada em breve.

Ele adiantou, também, que outros projetos estão em andamento, como o livro sobre os 40 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná, previsto para ser lançado ainda neste ano, além da publicação que celebrará os 70 anos da Escola de Dança Teatro Guaíra em 2026. “Adoro essa busca, essa pesquisa. Estamos tentando deixar um legado para que as próximas gerações tenham acesso a esse conteúdo”, completou.