O cordelista Eudes Sousa está participando da XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, na tradicional Praça do Cordel. O evento, que ocorre até o dia 13 de abril, em Fortaleza, reúne escritores, editoras, artistas, escolas e um público diverso apaixonado por literatura e cordel.
Natural do Ceará e radicado em Parnaíba (PI), Eudes iniciou sua trajetória na literatura de cordel aos 12 anos. É criador da série “Turma do Chico Poeta”, uma coleção de folhetos de cordel voltada ao público infantil. Graças ao apoio do Edital Nêgo Bispo, por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) no Piauí, o autor recebeu o prêmio de R$ 5 mil, o que possibilitou a impressão da nova coleção da série — a 1ª Série de Folhetos de Cordel para Crianças — que será lançada oficialmente durante a Bienal.
As inspirações de Eudes vêm da própria família, em especial de seu bisavô. “Meu bisavô amava ouvir cordéis, mas não escrevia, pois era analfabeto. Quando chegou a minha geração, comecei a escrever. Infelizmente ele faleceu antes de me ver cordelista, quando minha avó ainda tinha 15 anos. Mas o amor pelo cordel permaneceu na família”, relata o jovem autor.
Aos 24 anos, Eudes celebra seu papel de representante da juventude em um meio tradicionalmente composto por artistas mais velhos. “Estar entre os 24 agentes culturais de Parnaíba premiados em um edital que envolveu cerca de 1.500 fazedores de cultura de todo o Piauí, cada um representando sua arte e trajetória, é motivo de muito orgulho para mim”, afirma.
Sobre o Edital Nêgo Bispo
O Edital Nêgo Bispo é uma ação da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) no Piauí e homenageia o pensador, poeta e ativista quilombola Nêgo Bispo, que dedicou sua vida à luta por justiça social e territorial, além de um pensamento crítico anticolonial. A iniciativa é realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, e do Ministério da Cultura.