O Centro Estadual de Convivência da Família Padre Pedro Vignola, no bairro Cidade Nova, foi o cenário da 4ª edição do Festival de Circo do Amazonas, realizado no domingo (30/03). O evento promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, reuniu um público diversificado para celebrar o Dia do Circo e reafirmar a importância da arte circense em Manaus.
A programação começou com um cortejo com a Trupe Tapa Produções, seguido da “Sessão Goiabada”, com as apresentações de Circo Xeretinha, “Dodói”, com Matheus Correa Silva e Rubens Sobrinho de Paula; “O Fotógrafo”, com o Palhaço Espaguete; “Meio Fino e Meio Anjinho”, com Wellington Mania e Jean Linhares; além dos shows de Malabares, com Teffy Roja; Palhaço Pascolito, Boneco Luizinho e Ventríloquo Odiney, Palhaço Lero Lero, “Loop Clow”, com Feupuudo; e Performance do Solstício, com Jean Winder; Orquestra Sem Sinfonia e convidados; “Cabaret Lona Aberta”, com a Casa Barravento; e “O Circo Chegou na Cidade”, com a Cia Clecle Eventos.
Uma das atrações da noite foi a performance de Odiney Aguiar, ventríloquo que há 21 anos atua com o seu boneco Luizinho.
“O circo tem o poder de unir gerações. Desde os mais jovens até os mais velhos, todos se divertem. Nosso papel como artistas é essa conexão e essa alegria”, afirmou Odiney Aguiar. “Muita gente acha que é só brincar de fazer o boneco falar, mas é uma técnica que exige muita prática e estudo. Cada movimento que faço com Luizinho tem um propósito e a reação do público me mostra que estamos no caminho certo”, pontuou.
Idelson Mouta, fundador da companhia Tapa Produções, com 25 anos de experiência no teatro e no cinema, destacou uma visão renovada do circo. Ele trouxe o espetáculo “ApliCowtivo”, uma sátira bem-humorada sobre os aplicativos de transporte, um tema atual onde o mímico assume o papel de motorista e interage com palhaços em uma série de situações engraçadas.
“A interação com a plateia é fundamental. O público se envolve no espetáculo e faz parte da ação, o que torna tudo mais dinâmico e divertido”, comentou Idelson Mouta.
Mouta pontua que a arte circense, para ele, tem o poder de transformar a realidade de quem a assiste e seu foco em levar alegria também vai além das apresentações convencionais.
“O circo precisa não ser apenas uma diversão, mas uma arte com impacto social, é isso que buscamos em nossos espetáculos”, explicou o artista.
Público
O festival foi também um momento especial para famílias que tiveram a oportunidade de compartilhar a magia do circo. A autônoma e frequentadora do Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignola, Marines Torres, levou sua neta Jhulia Eduarda para aproveitar o domingo e assistir a apresentação.
“É maravilhoso, eu amo o circo, me divirto com tudo, é uma profissão maravilhosa que deve ser respeitada e reconhecida”, disse a autônoma.
Para Jhulia Eduarda, a experiência foi ainda mais impactante. “Hoje foi muito divertido, eu só tinha ido uma vez no circo e, para mim, foi muito legal poder ver de novo os palhaços, os acrobatas e o boneco Luizinho, fiquei impressionada com tudo”, comentou Jhulia Eduarda.
Mania de Ler
A quarta edição do Festival de Circo do Amazonas contou com o programa Mania de Ler, iniciativa do Governo do Estado, com o objetivo de incentivar a leitura e a literatura, além de divulgar nossos escritores regionais.
“Trabalhamos com vários projetos, como as bibliotecas volantes, que são vans adaptadas, levando o acervo literário até as comunidades do interior e da capital”, afirmou Oiana Couto, gerente do programa.
As vans do programa receberam os nomes de dois escritores amazonenses renomados, Thiago de Mello e Aníbal Bessa e têm no acervo mais de 1.200 livros, com ênfase em literatura infantil, juvenil e amazônica.
“O incentivo à leitura e à boa literatura é essencial para a formação do cidadão, para que ele possa entender melhor o mundo ao seu redor e, assim, mudar a sua realidade. A literatura amplia a visão de vida e de futuro dos jovens, e é por meio dela que conseguimos formar um pensamento crítico”, disse Oiana Couto.
Ela também destacou o papel fundamental dos pais nesse processo. “Os pais devem investir em livros de qualidade e ler com seus filhos. O exemplo de leitura em casa é fundamental, pois a criança aprende mais pelo exemplo. Apesar da era digital em que vivemos, sem a leitura de livros de boa qualidade, não conseguimos aproveitar plenamente as ferramentas tecnológicas disponíveis hoje”, completou o gerente do Mania de Ler.