O Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), estima uma área de 450 mil hectares para o milho 2ª safra na região da Comcam, um aumento de cerca de 33,13% em relação à safra passada, 338 mil hectares.
Esta semana o plantio atingiu 1%. O avanço da semeadura depende da colheita da soja, chegou a 7% da área, na segunda-feira (13). Da área plantada até o momento, 40% estão em condições médias de desenvolvimento e 60% (boas). A cultura implantada está em germinação.
Com o plantio do milho safrinha ainda no início na região, a estimativa de produção é de aproximadamente 2,4 milhões de toneladas, uma média de 5,5 mil quilos por hectare, conforme as projeções. O aumento da área está relacionada a diminuição da área de trigo, que a exemplo de anos anteriores, deve sofrer redução para a safra em curso.
Os preços mais atrativos e custo de produção menor que os do trigo também são outros fatores pela escolha. Atualmente a saca de 60 quilos de milho está cotada em média a R$ 61,00. No mesmo período do ano passado era comercializada entre R$ 49,00 a R$ 50,00. O agente técnico do Deral do núcleo de Campo Mourão, Paulo Borges, comentou que a colheita da soja será intensificada nos próximos dias, liberando áreas para o avanço de semeadura do milho 2ª safra.
Ele observou que as chuvas dos últimos dias, apesar de terem amenizado a situação de estresse das lavouras, chegaram ‘tarde’, já que grande parte das áreas estavam na fase de enchimento de grãos (frutificação) sendo afetadas. “A soja semeada mais tardiamente pegou duas secas e vai sofrer mais”, armou.
O Deral divulgou nesta quinta-feira (23), o boletim conjuntural, que traz informações de culturas em andamento no Estado. A colheita da primeira safra de milho atingiu 2% no Paraná, enquanto na região da Comcam, foi 1%, dados consolidados até a segunda-feira (13). Na região são 7.750 hectares da cultura.
O engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho informa no boletim que as lavouras estão sendo colhidas com boas produtividades, indicando uma boa oferta. Apesar da área ter diminuído 11%, passando de 294 mil para 261 mil hectares, a expectativa é de que a produção supere em pelo menos 5% os 2,52 milhões de toneladas obtidos no verão de 2024, atingindo 2,65 milhões nesta primeira safra. Vale lembrar que estes números de área e produção foram levantados em meados de dezembro e serão atualizados na próxima quinta-feira (30). “Espera-se que a produtividade se mantenha acima de 10.000 kg/ha e, eventualmente, supere o recorde registrado em 2023, quando a média colhida foi de 10.263 kg/ha”, disse o agrônomo.
Segundo o relatório, apesar das condições de lavoura atualmente estarem melhores que no ano do recorde, com 93% em boas condições ante 80% para o mesmo momento em 2023, é importante lembrar que mais da metade das lavouras continua em fases suscetíveis a perdas, podendo gerar revisões futuras. “Ainda assim, a probabilidade de que as produtividades ao menos superem as do ano passado (8.577kg/há), quando a seca prejudicou a safra, é muito grande”, observou.
O que explica esse otimismo é a concentração das lavouras ao Sul do Paraná, que responde por 68% da área ocupada por milho nesta primeira safra. A região Sul do Paraná registrou mais chuvas e menos dias de calor excessivo que o restante do Paraná, favorecendo a obtenção de boas produtividades nesta safra.
Godinho observa que mesmo que confirmada a boa produção, a safra de verão tem uma oferta limitada. No ano anterior ela forneceu 17% do milho produzido no estado, com os outros 83% provindos da segunda safra. “Os trabalhos de plantio desta estão ganhando força, com a evolução da colheita da soja (8%) e a volta das chuvas de forma mais homogênea”, disse. Estima-se que o plantio de milho segunda safra tenha atingido 3% da área de 2,56 milhões de hectares até a última segunda-feira no Paraná. A expectativa é produzir 15,5 milhões de toneladas apenas na segunda safra, com a colheita concentrada a partir de junho.