Cultura Amazonas
Exposição ‘Raízes da Amazônia: O Olhar de Silvino Santos’ está em cartaz no Museu da Imagem e do Som até 31 de janeiro
A mostra contempla um conjunto de 11 fotografias do cineasta Silvino Santos, pioneiro em filmagens e fotografias na Amazônia...
10/01/2025 13h50
Por: Redação Fonte: Agência Amazonas

Foto: Reprodução/Agência Amazonas
FOTOS: Alonso Júnior / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

A exposição “Raízes da Amazônia: o olhar de Silvino Santos” foi inaugurada na quinta-feira (09/01) no Museu da Imagem e do Som, no Palacete Provincial, situado na Praça Heliodoro Balbi, s/n, centro. Com curadoria baseada no acervo fotográfico de Joaquim Gonçalves de Araújo, a mostra celebra o Dia do Fotógrafo, comemorado em 8 de janeiro. A iniciativa é promovida pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

A exposição estará disponível para visitação gratuita até 31 de janeiro, de segunda a sábado (exceto às quartas-feiras), das 9h às 15h, no Museu da Imagem e do Som do Amazonas, localizado nas dependências do Palacete Provincial.

Segundo Clóvis Neto, gerente do Museu da Imagem e do Som do Amazonas (Misam), a maior parte das fotos estava no próprio acervo de Joaquim Gonçalves de Araújo.

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“Essa exposição foi mais para ressaltar o Dia do Fotógrafo e nada melhor do que trazer o nosso cineasta, Silvino Santos, que não foi só a pessoa que trouxe as filmagens da própria Amazônia ou que produziu seus filmes aqui na nossa região, mas também quem fotografou a essência em si da própria Amazônia”, explica o gerente.

‘Raízes da Amazônia: O Olhar de Silvino Santos’

Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
FOTOS: Alonso Júnior / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

A exposição “Raízes da Amazônia: o olhar de Silvino Santos”, traz registros do acervo fotográfico de Joaquim Gonçalves de Araújo, retratando uma expedição realizada por Silvino Santos ao lado de Hamilton Rice. Durante essa jornada, Silvino documentou a produção e exportação de borracha e juta, assim como o contato e interação com comunidades indígenas, como os Moigôns, os Macús, os Tucanos e os Xirianás no alto Rio Branco.

A mostra contempla 11 fotografias desta viagem que Silvino fez ao lado de Hamilton, que por sua vez, foi o responsável em produzir o filme chamado “O Adorado da Amazônia”, juntamente com a colaboração de Silvino Santos. Na abertura da exposição, caracterizado como figura representativa do fotógrafo Silvino, estava Thomas Ribeiro, monitor de turismo do Palacete Provincial, que apresentou ao público, as fotografias de Silvino, focando na expedição estadunidense de 1923.

“Acabei introduzindo para o público um pouco sobre a história de Silvino Santos, e isso, querendo ou não, acaba sendo esquecido com o tempo, mas sempre vamos lembrar a sociedade sobre essa figura histórica”, enfatizou Thomas.

Quem estava pela primeira vez conhecendo o espaço cultural, era a professora de química Lumara Colares. Ela conta que ficou sabendo da programação através do instagram da @culturadoam.

“Achei muito interessante a exposição, porque conheci sobre as obras do fotógrafo Silvino Santos, e foi tudo bem didático e explicativo também para as crianças. Ver também todas aquelas exposições, os objetos ali, das máquinas, desde antigamente, tudo registrado, achei muito bem diferenciado”, afirma Lumara. Ela ainda diz que por amar fotografia, sentiu a emoção em registrar tudo no local.

“É muito gratificante observar como a evolução da tecnologia está nos dias atuais. Foi um passeio com muito aprendizado pra gente guardar na memória”, conclui a professora.

As obras também retratam o período em que houve contato com seringueiros no auge do ciclo da borracha, até o fim da produção de pelas de borracha.

“Amazonas, o maior rio do mundo”

Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
FOTOS: Alonso Júnior / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Em dezembro de 2023, o filme “Amazonas, o maior rio do mundo” de Silvino Santos foi exibido pela primeira vez no monumento histórico Teatro Amazonas. Após 100 anos desaparecida, a obra foi encontrada nesse mesmo ano, na Cinemateca de Praga, na República Tcheca.

A obra havia sido dada como perdida desde a década de 30 do século passado, o que confere uma aura ainda mais especial à sua projeção no Teatro Amazonas.

Filmada em 1918, a obra foi rodada no Pará, Amazonas e na região do oriente Peruano e mostra uma viagem fluvial pelo rio Amazonas, focalizando localidades como Belém, campos do Marajó, Santarém, Itacoatiara, Manaus e rio Putumayo.

Após aproximadamente dez anos de exibição em vários países da Europa, o filme foi dado como perdido. A confirmação da identidade da obra, ao ser reencontrada no ano de 2023, teve a pesquisa de doutoramento do amazonense Sávio Stoco, na Universidade Federal do Pará como peça fundamental.

Silvino Simões Santos Silva, foi um diretor de cinema e fotografia. Pioneiro cinegrafista da produção brasileira. Silvino possui essa qualidade de evocar toda a tradição visual amazônica em suas obras.