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Destino global: Foz do Iguaçu terá dezembro e janeiro de hotéis e comércio cheios
Previsão é de 90% da ocupação dos hotéis, maior do que a média de 64% ao longo do ano. Termômetro do turismo na cidade, Parque Nacional do Iguaçu ...
02/12/2024 10h05
Por: Redação Fonte: Secom Paraná

A menos de um mês para o fim de 2024, comércios, atrativos turísticos e a rede hoteleira de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, preparam-se para atender a demanda, que costuma aumentar nessa época do ano. A expectativa é de ocupação superior a 90% na rede hoteleira, enquanto que o comércio espera vendas 10% maiores em relação a 2023, seguindo os bons índices registrados durante o ano, que não teve “baixa temporada”.

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz do Iguaçu (SindHotéis) está otimista com o final de 2024. “Hoje Foz do Iguaçu não deve em nada em relação a outros destinos”, afirma o presidente do sindicato, Camilo Rorato. A cidade conta com 150 hotéis, sendo nove deles de cinco estrelas, de padrão mais elevado, e cerca de 30 mil leitos.

Apesar de poucos feriados, 2024 foi positivo para o setor, que teve uma taxa de ocupação média de 64%. No feriado prolongado de Proclamação da República, em novembro, por exemplo, a ocupação foi de 92%. “A expectativa para esse final de ano é muito boa, porque o destino Foz do Iguaçu está consolidado nas datas de Natal e Réveillon. A hotelaria nesse ponto está muito feliz e esperamos ver isso se repetindo no próximo ano”, diz.

Outra característica é o perfil do turista que visita Foz do Iguaçu. “O que mais ocupa os hotéis é o turista regional, de até 800 quilômetros de distância. Você pega o Brasil, uma parte da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Está havendo uma mudança de mentalidade, em que as pessoas estão vendo que não adianta você guardar dinheiro sem poder usufruir dele, mas sim viajar e curtir a vida”, complementa Rorato.

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Além do turismo de lazer, o de negócios também ajuda a movimentar a cidade. Foram emitidos, de janeiro a outubro deste ano, cerca de 400 alvarás para realização de eventos. São feiras e exposições como a 2ª edição do Foz Internacional Boat Show, que se encerrou no último domingo (1º), com expectativa de movimentação superior a R$ 30 milhões, valor alcançado na 1ª edição.

"Foz do Iguaçu é um dos destinos turísticos mais visitados do mundo, por isso a importância de sempre fomentar as atividades que acontecem no município, um dos principais portões de entrada de viajantes estrangeiros no Paraná. A terra das Cataratas do Iguaçu é um grande case de sucesso, porque o turismo é uma história bem contada, um serviço bem prestado, grande plano de marketing, mídia, divulgação e estrutura”, afirma o secretário estadual do Turismo, Marcio Nunes.

Irapuan Cortes, diretor-presidente do Viaje Paraná (órgão de promoção comercial do setor no Estado), ressalta a importância que o fluxo turístico de Foz do Iguaçu tem ao setor estadual. "Enquanto órgão de promoção, estamos sempre atentos aos destinos já consolidados no Estado, e também aos lugares com potencial a ser desenvolvido. Foz do Iguaçu retrata muito bem o nível do turismo paranaense, com estrutura qualificada, ações importantes sendo desenvolvidas e mercado engajado", afirma.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Turismo, Foz do Iguaçu recebeu mais de 2 milhões de viajantes em 2024, sendo 1,5 milhão por via aérea, com uma média de 38 voos diários, e outros 647 mil por via terrestre, com 135 ônibus chegando à rodoviária da cidade todos os dias. Esses números, no entanto, não englobam os viajantes que chegam de transporte próprio, por exemplo, e tendem a ser maiores.

Tudo isso ajuda a movimentar um dos principais setores da economia da cidade: o turismo. Parque Nacional do Iguaçu, Parque das Aves, Itaipu Binacional, Marco das Três Fronteiras, Roda Gigante e Museu de Cera são só alguns dos atrativos disponíveis para quem deseja desfrutar das atrativos de Foz do Iguaçu. E logo a cidade também vai contar com o Museu Internacional de Arte , uma parceria entre o Governo do Estado e o Centre Pompidou, da França.

PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU– O Parque Nacional do Iguaçu, onde estão localizadas as Cataratas do Iguaçu, já recebeu em 2024 mais de 1,5 milhão de turistas, com os picos registrados em janeiro e julho, acima de 200 mil em cada mês.

O diretor técnico da concessionária Urbia + Cataratas, Marcelo Skaf, projeta bons números para o final do ano. “Novembro foi um mês incrivelmente bom, devendo fechar como o melhor novembro da história. Isso faz com que a gente deva atingir 1,95 milhão de visitantes no Parque Nacional do Iguaçu, um número excelente. Apenas um ano anterior à pandemia teve fluxo superior a 2 milhões, então consideramos essa visitação muito boa”, ressalta.

“A expectativa é muito grande entre dezembro e fevereiro. O número de leitos na cidade, as reservas de hotel, as passagens aéreas emitidas, tudo isso tem mostrado um indicativo muito positivo em relação à visitação. Além disso, temos obrigações contratuais de revitalização do parque, então investiremos, dentro de dois anos, cerca de R$ 550 milhões”, acrescenta.

Morador de Londrina, no Norte do Estado, o operador de impressoras Edson de Souza, de 49 anos, veio com a esposa e os dois filhos para conhecer as Cataratas do Iguaçu e outros atrativos da cidade. “É a primeira vez que passamos as férias aqui e para nós está sendo um privilégio, uma alegria imensa. Já fomos à Roda Gigante, à Itaipu e agora aqui nas Cataratas. É tudo maravilhoso”, comenta Souza. “O que nos motivou a vir são as belezas, a natureza, então queremos aproveitar o máximo possível”, termina.

Foto: Reprodução/Secom Paraná
Foto: Ari Dias/AEN


MARKETING Visando aumentar ainda mais a quantidade de turistas, a prefeitura e o Governo têm trabalhado com ações de marketing para consolidar a cidade como destino a ser visitado por pessoas do mundo inteiro.

“O número de turistas internacionais vem crescendo, fruto de ações publicitárias em países como Estados Unidos e Canadá. Sabemos que um turista internacional chega a gastar 30% a mais que um turista nacional”, explica o presidente do Conselho Municipal de Turismo e diretor de Projetos Estratégicos da Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu, Diogo Marcel.

“O turismo é transversal. Não são só aqueles que trabalham diretamente no setor que são impactados, mas também uma oficina mecânica que conserta os carros das empresas de turismo, uma padaria que serve os nossos hotéis, uma frutaria, então tudo isso aquece a economia, ainda mais quando a gente fala em datas festivas e feriados prolongados”, complementa.

Dados do Caderno Estatístico Municipal, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), mostram a força e o impacto do setor para a economia iguaçuense. O Produto Interno Bruto (PIB) Municipal de 2021 (último dado disponível) foi de R$ 18,9 bilhões, sendo R$ 4,8 bilhões relativos a comércio e serviços, que envolvem o turismo. A expectativa é de resultados ainda melhores em 2022 e 2023, uma vez que em 2021 a economia ainda sentia os efeitos da pandemia de Covid-19.

COMÉRCIO– E se o turismo na cidade vai bem, o comércio segue no mesmo ritmo. Segundo o gerente comercial da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), César Ferreira, já em novembro, com a Black Friday, as vendas no comércio tiveram aumento significativo.

“A gente percebe esse comportamento de compra dos consumidores, muito em virtude da Black Friday, em que as empresas trabalham com semanas e até o mês todo com promoções. Tivemos aumento de 30% em novembro e esperamos que as vendas tenham crescimento de 10% na comparação com 2023”, destaca.

E para entregar uma boa experiência para o cliente, é preciso se preparar. “As empresas sempre compram de forma antecipada porque chega no fim do ano muitas indústrias já estão parando. A melhor coisa é você conseguir formar um estoque para entregar melhor preço e produtos de qualidade para o consumidor”, afirma.

É o que fez o empresário Laudelino Pacagnan, de 72 anos, proprietário da Casa Vitória, próximo à Ponte da Amizade. Presente na cidade desde 1992, a loja vende de tudo, com 30 mil itens que vão desde utilidades domésticas até artigos de decoração e utensílios para bares e restaurantes.

“Estamos prevendo um aumento de 20% de vendas em relação ao ano passado. Além de aumentar o estoque, também contratamos funcionários temporários. Nós tínhamos 60 funcionários, hoje estamos com 74”, comenta Pacagnan. “Foz do Iguaçu, de uma maneira geral, está otimista. Aqui na Vila Portes, que é um centro comercial muito importante, todas as lojas trabalham com uma margem menor de preço e com uma variedade muito grande”.

OBRAS Esse cenário deverá se consolidar ainda mais com as obras estruturantes que estão em execução em Foz do Iguaçu. Entre elas está a implantação da Perimetral Leste, que ligará a Ponte da Integração Brasil – Paraguai à BR-277, e que chegou a 48,64% de execução . Resultado de uma parceria entre Governo do Paraná, governo federal e Itaipu Binacional, as obras envolvem a construção de viadutos e das aduanas Brasil-Paraguai e Brasil-Argentina.

A Ponte da Integração Brasil–Paraguai, também uma parceria entre Estado, governo federal e Itaipu, já está concluída. Outra obra importante diz respeito a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), entre o portal de entrada do Parque Nacional do Iguaçu e o trevo de acesso à Argentina, em uma extensão de 8,7 quilômetros. A obra inclui quatro viadutos e uma nova ponte sobre o Rio Tamanduá.

“A duplicação da Rodovia das Cataratas, a ponte e a perimetral, junto a quantidade de obras que temos na cidade no setor de hotelaria, novos atrativos e restaurantes, são uma janela de oportunidade. O que está acontecendo aqui, de agora para os próximos três anos, vai tornar a cidade ainda mais incrível”, opina Skaf. “Estamos falando de Foz do Iguaçu se tornar o melhor destino de turismo do Brasil.”

Somada a essas obras estão as concessões rodoviárias, que vão ajudar o Paraná a transformar-se no hub logístico da América do Sul. O Lote 6, que será leiloado em dezembro, vai completar a concessão de todo o eixo da BR-277, desde a região Oeste, na fronteira com Paraguai e Argentina, até o Porto de Paranaguá.

“Isso vai ajudar muito o turismo porque as pessoas vão pensar ‘eu saio de Curitiba, em sete horas eu estou em Foz do Iguaçu, com pista duplicada’. Hoje a pessoa pensa um pouco antes de fazer esse trajeto de carro, então você vai ter um corredor turístico muito bem estruturado. Acho que vai ser um cartão postal para a cidade”, finaliza Rorato.