A popularização do conhecimento científico, os desafios da inclusão e a adaptação de museus históricos à inovação tecnológica marcaram os temas das palestras do segundo dia do Encontro Paranaense de Museus Universitários , em Maringá, no Noroeste do Paraná. A programação segue até esta quinta-feira (10), com a participação de estudantes, pesquisadores e profissionais em espaço de troca de experiências e identificação de oportunidades de cooperação institucional.
O evento tem como objetivo discutir a contribuição dos museus na disseminação do conhecimento produzido nas universidades de forma ampla e acessível para a população, com destaque para a diversidade científica e cultural dos museus universitários no cenário acadêmico e na sociedade. A iniciativa é da Rede Estadual de Museus, Centros de Memórias, Documentação e Acervos Universitários do Paraná (Remup), instituída pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para impulsionar os espaços museológicos das universidades ligadas ao Governo do Estado.
Durante o encontro, especialistas discutiram a inserção dos museus nos programas de graduação e pós-graduação para fortalecer a formação acadêmica, o papel dos museus de ciências na popularização do conhecimento científico e os desafios e estratégias para implementar iniciativas de inclusão. A programação também debateu o papel dos museus históricos em meio aos avanços tecnológicos e a sustentabilidade dos museus universitários do Paraná, reforçando a importância de adaptação às novas demandas sociais.
Para o coordenador da Remup, René Wagner Ramos, a troca de experiências e a reflexão sobre o papel dos museus universitários são fundamentais para o avanço dessas instituições. “Esses espaços enfrentam o desafio de se reinventar continuamente para permanecerem relevantes e, por isso, é importante que se tornem centros de aprendizado e inclusão, promovendo a inovação e a diversidade”, afirma. “Além disso, os museus universitários devem preservar a memória histórica, integrando as novas tecnologias e respondendo de maneira eficaz às necessidades e expectativas da sociedade.
PARANÁ FAZ CIÊNCIA -O encontro integra a programação do Paraná Faz Ciência 2024 , a Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, que neste ano abre as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2024. Esta edição do Paraná Faz Ciência acontece no câmpus-sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM), com apoio da Fundação Araucária.
MOSTRA– Simultaneamente às palestras, uma mostra apresenta parte do acervo de 18 museus universitários e científicos do Paraná, sendo oito da UEM. As coleções estão abertas para visitação gratuita da comunidade e de grupos escolares no Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi) e no espaço do Paraná Faz Ciência, no pavilhão de estandes.
Entre as instituições estão os museus históricos das universidades estaduais de Londrina (UEL) e do Oeste do Paraná (Unioeste); e os museus de ciências naturais das universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG) e do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Também é possível conhecer algumas obras do Museu Paranaense de Ciências Forenses, ligado à Polícia Científica do Paraná; e do Museu de Arte e Cultura Popular do Norte do Paraná, ligado à Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); entre outros.
CAPACITAÇÃO –Na sexta-feira (11), os gestores e profissionais de museus participarão de uma oficina de capacitação para elaboração de projetos culturais, no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), implementado pela Lei Federal n.º 8.313/1991, conhecida como Lei de Incentivo à Cultura ou Lei Rouanet. O conteúdo será conduzido de maneira prática e interativa, com exposição teórica, atividades em grupo e exercícios individuais.
Cada participante irá concluir a oficina com um projeto modelado, pronto para ser cadastrado no Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic), plataforma para o envio e acompanhamento de propostas culturais. Entre os requisitos estão conhecimento básico em programas de edição de texto e planilha eletrônica. É preciso levar o próprio laptop ou outro dispositivo com acesso à internet (exceto smartphones), com os softwares instalados.
Os interessados podem preencher um formulário online , que permanecerá disponível até o dia da capacitação. As inscrições são gratuitas, limitadas a 170 pessoas, capacidade máxima do Auditório Ney Marques, localizado no Bloco D03 do câmpus-sede da UEM, onde será realizada a oficina.
ARRANJO DE INOVAÇÃO– Durante o Encontro Paranaense de Museus Universitários, representantes do Estado assinaram a formalização do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Memória e Inovação . A iniciativa é da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, principal braço de fomento científico do Governo do Estado, vinculada à Seti.
O Napi Memória e Inovação tem como finalidade implementar uma plataforma de digitalização de documentos de diferentes formatos, como imagens, áudios, vídeos, representações bidimensionais, modelos tridimensionais, livros e outras obras manuscritas dos museus e centros de documentação paranaenses. A ideia é disponibilizar esse acervo digital para a sociedade, incorporando recursos de inteligência artificial, além de preservar o conhecimento e patrimônio histórico, artístico e cultural do Paraná, com base em métodos arquivísticos e museológicos.
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