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MUPA inaugura exposição “Vênus como mirada”, de Val Souza, neste domingo
Artista plástica é uma das contempladas no IV Edital de Ocupação do Espaço Vitrine do MUPA, programa que tem como objetivo selecionar propostas in...
16/09/2024 12h15
Por: Redação Fonte: Secom Paraná

No domingo, dia 22 de setembro, a partir das 10h, o Museu Paranaense (MUPA) inaugura a exposição “Vênus como mirada”, da artista Val Souza. Já na terça-feira (24), às 19h, a artista conversa com a jornalista e professora Fabiana Moraes. A entrada para a mostra é gratuita, com classificação indicativa para maiores de 12 anos.

Val Souza foi uma das contempladas no IV Edital de Ocupação do Espaço Vitrine do MUPA, programa que tem como objetivo selecionar propostas interdisciplinares de exposição em diálogo com as disciplinas científicas da instituição. O trabalho parte da pesquisa da artista com autorrepresentação fotográfica para refletir sobre o imaginário social do corpo da mulher negra no Brasil, colocando em tensão noções de beleza, amor, erotismo e sensualidade.

"Estou muito feliz pois é minha primeira vez em Curitiba expondo”, afirma Val. “É interessante pra mim pensar de que outras formas o imaginário negro pode ocupar essa cidade [Curitiba]. Uma cidade que muitas vezes as pessoas acreditam que não é negra. O Brasil é negro".

A partir de uma série de impressões lenticulares, a artista sobrepõe autorretratos com imagens de mulheres negras do século XIX, criando camadas de conexão histórica que questionam o olhar colonial.

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“Nesse movimento de interseção entre imagens, corpos e tempos, Val Souza transfere a essas mulheres do século XIX, ao mesmo instante que recebe delas, suas dimensões de beleza, amor e afetividade. Se fazem simultânea e alternadamente signo e símbolo uma da outra. A partir do que, todas elas se tornam Vênus”, escreve Guilherme Cunha, que assina o texto crítico para a exposição.

MESA DE CONVERSA– No dia 24, terça-feira, às 19h, ocorre a mesa de conversa “Desfazer a trama”. Com entrada gratuita, Val Souza e a jornalista e professora Fabiana Moraes conversam sobre regimes históricos de visibilidade do corpo negro e como, em seu trabalho, a artista o contrapõe ao se apropriar de imagens históricas.

Como pensar o corpo preto e periférico que ama a si e (re)inaugura toda uma ordem de visibilidade? Uma visibilidade que não pede licença, um ato político que é não procurar ser a Vênus, mas atualizá-la, ocupá-la? Quem é a Vênus, afinal? São algumas das questões mobilizadas para o encontro.

ARTISTA– Val Souza nasceu em São Paulo. Com a prática da performance, ações propositivas, fotografias, vídeos, objetos e instalações, aborda símbolos e discursos que fundamentam o imaginário social brasileiro, contrapondo-o a práticas de retomada, abundância, autonomia e alegria.

Trabalha a circulação de subjetividades por meio da contínua autoexposição de seu corpo, da produção de imagens de si e o uso de mitologia e iconografias. A artista se vale dos instrumentos da filosofia, mitologia e da crítica cultural para elaborar outras narrativas, conexões e leituras com base em pesquisas iconográficas sobre a representação histórica de mulheres negras.

Mestra em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e formada em pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, participou de mostras e festivais em cidades do Brasil e em outros países, como Angola, França e Alemanha. Recebeu, entre outras premiações, a Bolsa de Fotografia ZUM do Instituto Moreira Salles (ZUM IMS 2020); prêmio “Life Before Colonialism”, organizado por PLACE for Africa; MeineWelt e.V. e Goethe-Institut em Mannheim (2022); Photo Prix da Aliança Francesa (2023); foi selecionada para o programa “Nova Fotografia” do Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), em 2023; também recebeu o prêmio Leda Maria Martins na categoria ancestralidade; em 2024, sua obra “Vênus” integrou a publicação da Foam Magazine #65 Talent; participou da 2ª edição do programa “Contra-Flecha” da galeria Almeida & Dale, indicada ao Prêmio PIPA 2024. Atualmente é artista residente da Bolsa Pampulha.

Fabiana Moraes é professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Jornalista com mestrado em Comunicação e doutorado em Sociologia, ambos pela UFPE. Pesquisa mídia, imprensa, poder, raça, hierarquização social, imagem e arte. Lançou cinco livros: Os Sertões (Cepe, 2010); Nabuco em Pretos e Brancos (Massangana, 2012); No País do Racismo Institucional (Ministério Público de Pernambuco, 2013); O Nascimento de Joicy (Arquipélago Editorial, 2015); Jomard Muniz de Britto – professor em transe (Cepe, 2017); A pauta é uma arma de combate (2022) e Ter medo de quê? Textos sobre luta e lantejoula (Arquipélago, 2024). É vencedora dos prêmios Esso, Petrobras de Jornalismo, Embratel e Cristina Tavares.

Serviço:

Inauguração da exposição

Data: domingo, 22 de setembro de 2024

Horário: A partir das 10h

Local: Museu Paranaense (MUPA) – R. Kellers, 289 – São Francisco, Curitiba

Classificação: maiores de 12 anos

Entrada Gratuita