A Etapa Paranaense da Conferência Nacional do G20 + Favelas aconteceu no Complexo Penitenciário de Piraquara, nesta quinta-feira (22), com foco em ouvir e dar voz a pessoas privadas de liberdade. No caso do sistema prisional, participaram mulheres de 19 a 26 anos e homens na faixa etária de 19 a 35.
A ação, realizada no Centro de Integração Social de Piraquara (CIS) e na Penitenciária Estadual de Piraquara - Unidade de Segurança (PCE - US), foi organizada pela Central Única das Favelas (CUFA) e pelo Núcleo de Política sobre Drogas da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Por meio de rodas de conversa e escuta ativa, o encontro, que contou com integrantes de CUFA, abordou temas como trajetórias de vida, moradia, pobreza, aliciamento, evasão escolar, oportunidades e projetos para um futuro melhor.
A iniciativa foi realizada em vários estados com diferentes grupos de juventudes em situação de vulnerabilidade social: quilombolas, indígenas, ribeirinhos, pessoas em situação de rua e LGBTQIA+, sempre buscando dar voz às pessoas marginalizadas e permitindo uma abordagem mais inclusiva na agenda internacional do G20. No Paraná, a ação foi voltada para as pessoas privadas de liberdade, sendo essa a primeira vez que algo semelhante ocorre nas conferências.
O diretor adjunto da PPPR, Maurício Ferracini, destacou a importância da ação nas unidades penais. “Quando recebemos essa possibilidade de ter apoio institucional, participando de palestras e contando com todo esse trabalho realizado pelo G20, abraçamos a oportunidade, pois são instituições que têm uma visão humana, digna e buscam a justiça social. Realizar esse trabalho em um ambiente com pessoas privadas de liberdade é uma maneira eficaz de prepará-las para o convívio social”, disse.
Para o presidente estadual da CUFA Paraná, José Antonio Campos Jardim, a união entre as instituições é muito importante ao propor que todos os setores da sociedade possam expressar seus pontos de vista.
“Esse encontro marca um passo crucial para amplificar as vozes. Nossa proposta é, sobretudo, ouvir e debater as questões levantadas, proporcionando a oportunidade para que todos possam participar dessa discussão”, disse. “Ter essa chance de estar dentro do sistema penitenciário é de suma importância para nós, considerando que são vozes que, na maioria das vezes, são silenciadas pela condição em que se encontram”.
A assessora técnica do Núcleo de Política sobre Drogas Sesp, a policial penal e facilitadora da iniciativa nas unidades prisionais, Renata Himovski Torres, pontuou que a ação é um instrumento da democracia participativa, destacando a importância da parceria entre a PPPR e a Central Única das Favelas (CUFA).
“O foco dessa conferência do G20 Favelas é dar voz e escutar os jovens que estão presos. No Paraná, tivemos a oportunidade de viabilizar a conferência dentro do sistema prisional. A parceria com a CUFA é muito importante para a Secretaria de Segurança Pública, considerando que eles são uma organização da sociedade civil de grande relevância nacional. Estamos muito orgulhosos de termos sido contemplados com essa proposta”, disse.
G20– O G20 é um fórum internacional que reúne as 20 maiores economias do mundo para discutir e coordenar políticas econômicas globais. O Brasil está na presidência até dezembro de 2024, o que tem permitido ao país liderar importantes discussões em nível global.
Dentro desse contexto, foi criado o G20 Social, uma plataforma voltada para o debate de questões sociais, como a redução das desigualdades, direitos humanos e sustentabilidade. O G20 Favelas é uma extensão dessa iniciativa, focando em dar voz às populações marginalizadas, como moradores de favelas e periferias, abordando os desafios globais enfrentados por essas comunidades.
As conferências do G20 Favelas, realizadas em todos os estados brasileiros e em outros 41 países, oferecem um espaço para que moradores e lideranças dessas áreas vulneráveis compartilhem suas vivências e proponham soluções para problemas como a fome, pobreza e exclusão social. Ao incluir essas vozes na agenda internacional, o G20 busca criar políticas mais inclusivas e representativas para todos.