A qualificação das filas de espera de cirurgias e exames especializados, iniciada em maio pela Central Estadual de Regulação Ambulatorial (Cera), resultou em uma redução de usuários na espera do Sistema Único de Saúde (SUS) para esses procedimentos. A ação, que segue em andamento até maio de 2025, consiste em reavaliação das necessidades, instituição de protocolos e guias de encaminhamento, desenvolvimento de estratégias para diminuir a taxa de absenteísmo – pacientes que faltam –, além de melhorar a comunicação com os usuários.
A reavaliação consiste em verificar se o paciente está cadastrado em uma só fila (a da central estadual, dos consórcios ou nos 76 municípios com gestão plena, como Curitiba, Maringá e Londrina), se o procedimento do cadastro já foi realizado, se o paciente já realizou algum outro procedimento que excluiu a necessidade do que estava prescrito, se o hospital indicado oferece todos os recursos necessários, dentre outros eventos que possam fornecer algum tipo de informação que evite um cadastro desatualizado.
Segundo dados oficiais da Central de Acesso a Regulação do Paraná (Care/PR), 91.307 pacientes possuíam indicação de cirurgia eletiva no Estado no começo de maio, quando o mapeamento foi iniciado. Com a qualificação, o número de pacientes que aguardam pelo procedimento há mais de um ano passou para 58.267. A diferença é porque eles realizaram as cirurgias nesse período ou tiveram seus registros reclassificados, com casos acumulados desde 2014. A atual posição do paciente na fila de espera pode ser consultada online, por meio deste link .
Em relação aos pacientes que estão com atendimento em andamento, seja para realização de consultas ou exames, a atualização e realização de procedimentos como contatos telefônicos e até visitas pessoais nesse período levaram o número de 369.254 para 229.354, uma redução de quase 38%, dando mais fluidez à organização da fila.
Outra conquista é que nos últimos dois anos o tempo médio de espera entre a solicitação da cirurgia e a realização do procedimento de pacientes inseridos no Care/PR baixou 38%. Em 2022, a média de tempo de espera era de 105 dias (mais de três meses), e em 2023, os pacientes aguardaram em média 65 dias, pouco mais de dois meses.
O objetivo da força-tarefa é reduzir o número de pacientes que aguardam em fila de espera e agilizar o acesso da população aos procedimentos. Esta é mais uma ação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, para melhorar o fluxo e reduzir a espera para consultas, exames especializados e cirurgias eletivas (hernioplastias, amigdalectomia, cirurgia de catarata, fixação de tubos auditivos para os ouvidos, entre outras).
“Uma das missões que ficaram no período pós-pandêmico era dar transparência e, principalmente, um matriciamento para qualificar as nossas filas de espera, tanto para exames e consultas especializadas, bem como um grande esforço com que ficou de passivo das cirurgias eletivas”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Cesar Neves.
“Esse esforço tem sido feito desde então e agora já temos números expressivos para mostrarmos para a população paranaense uma diminuição por conta dessa qualificação. É um processo que ainda está em construção. Uma regulação devidamente organizada contribui para diminuir as filas do SUS e aprimorar todo o sistema”, complementou.
Desde o fim da pandemia, havia uma estimativa de que cerca de 200 mil paranaenses estavam aguardando por uma cirurgia eletiva, somando a lista de espera oficial e a dos municípios. Muitos pacientes são inseridos neste sistema pelas secretarias municipais de Saúde e a fila exata destes procedimentos ainda está sendo compilada em um programa de gestão que integre os sistemas do Estado, município e consórcios.
Para a coordenadora de Regulação de Acesso aos Serviços de Saúde da Sesa, Olga Regina de Castro Deus, essa qualificação é um grande avanço para todos. “Tivemos a redução de cerca de 173.000 dos pacientes que estão inseridos em filas. Com a pandemia esses procedimentos eram apenas somente direcionados às urgências e acabaram se acumulando. Muitos usuários foram agendados ou inativados por não precisarem ser encaminhados aos serviços. Essa mudança trará mais agilidade”, complementou.
OPERA PARANÁ – Para atender à demanda de cirurgias eletivas reprimidas, reflexo da pandemia da Covid-19, a Sesa lançou o Programa Opera Paraná, uma estratégia permanente para a redução das filas. O programa ajudou a ampliar os procedimentos cirúrgicos eletivos regulares, de forma descentralizada e regionalizada. O investimento total inicialmente destinado foi de R$ 300 milhões do Tesouro do Estado. Ao todo, são 100 prestadores, entre rede própria e contratualizada, que compõem o programa, realizando 606 tipos de procedimentos.
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