O IDR-Paraná analisa estratégias para chegar ao público rural jovem oferecendo alternativas que tornem a atividade agropecuária mais atraente. Duas das principais ideias são conhecimento e trabalho cooperativo, caminhos que devem conduzir os produtores rurais que desejam se manter no mercado. Essa ideia foi reforçada em uma visita de representantes do instituto, no início deste mês, aos Estados Unidos, quando conheceram algumas instituições que promovem iniciativas na área da agricultura nos estados de Iowa e Missouri, no Centro-Oeste norte-americano.
“O que mais me chamou a atenção, e me inspirou, foi a capacidade dos norte-americanos de cooperar”, disse Richard Golba, presidente do IDR-Paraná. “Eles buscam as conexões não só dentro como fora do país. Uma busca ativa por conexões cooperativas. São cooperações pontuais, focadas em objetivos, com grandes empresas ou escolas, sempre tendo como objetivo desenvolver o empreendedorismo”.
Ele acrescentou que o processo de inovação é permanente, com foco nos resultados de qualidade, passíveis de aplicação prática, com ganhos econômicos. “A cooperação é uma estratégia para o sucesso dos investimentos em inovação", ressaltou.
A missão que participou da viagem aos Estados Unidos contou ainda com a participação dos secretários da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Nelson Bona; da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), Alex Canziani, e do diretor da Invest Paraná, Eduardo Bekin. O contato do grupo com instituições norte-americanas foi um desdobramento da viagem do governador Carlos Massa Ratinho Junior ao país no ano passado.
De acordo com o presidente do IDR-PR, durante as visitas a universidades públicas e privadas, a cooperativas e a órgãos governamentais foi possível perceber a busca ativa por empresas e organizações com potencial para a parceria. “Ou seja, o ganha-ganha é o elo dessa parceria”, afirmou.
A comitiva visitou o Danforth Plant Science Center, um centro que desenvolve pesquisas com plantas para aplicação na indústria de alimentos e de combustíveis. O Centro dispõe de uma equipe de 284 pesquisadores de diferentes países e áreas de conhecimento. Essa estrutura é oferecida em sistema de prestação de serviços para projetos de pesquisa, do início ao fim ou para etapas específicas.
Eles ainda estiveram na Universidade Estadual de Iowa (ISU), instituto de pesquisa pública na cidade de Ames, conhecida pelo destaque em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, principalmente nas áreas de agricultura, engenharia e ciências dos materiais.
“Estou convencido que, na origem, essas organizações conseguem fazer, gerenciar e fortalecer alianças com o setor público e organizações privadas, com objetivos bem definidos e mensuráveis”, afirmou. “Então podemos organizar a cooperação entre IDR-Paraná e essas organizações e universidades americanas para conhecer as experiências exitosas. Vamos sugerir ajuda da Invest Paraná e da Secretaria da Ciência e Tecnologia para formalizar esta cooperação”.
LIDERANÇAS JOVENS– Uma atuação mais forte junto aos jovens é fundamental para o futuro da agricultura. “Estamos pensando em recuperar aquilo que já fizemos num passado não muito distante, que é o trabalho com a juventude rural. O mundo hoje está muito conectado. O conhecimento está mais próximo. Nós temos a extensão e a pesquisa na nossa estrutura, podemos selecionar jovens agricultores que tenham espírito empreendedor e dar a eles uma formação consistente, um apoio, uma força para turbinar essa capacidade empreendedora”, destacou.
Uma ideia, segundo ele, é criar pequenas unidades de pesquisa em algumas propriedades, nas quais o pesquisador, o extensionista e os jovens possam conduzir um trabalho pedagógico que vai gerar um resultado científico. “Hoje o Paraná nos dá essa oportunidade porque temos extensão e pesquisa juntos na mesma instituição. Temos ainda muitos jovens de colégios agrícolas e escolas familiares rurais que estão aptos a esse trabalho”, acrescentou Golba.
Ele também citou o Ganhando o Mundo Agrícola, já lançado pelo Governo do Paraná. A partir de 2025 cem estudantes da rede estadual vão estudar no estado de Iowa, nos Estados Unidos. Assim como nas demais edições, no Ganhando o Mundo Agrícola os estudantes receberão uma bolsa intercâmbio mensal, composta por cinco parcelas de R$ 800, para cobrir despesas durante o período no Exterior. Além disso, os intercambistas contarão com assistência de seguro (viagem e saúde) e acomodação em casas de família ou residências estudantis no país de destino.
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