O Paraná registrou um aumento na média mensal de procedimentos cirúrgicos eletivos, ambulatoriais e hospitalares, feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no primeiro quadrimestre deste ano. Foram realizados 282.116 procedimentos de janeiro a abril, o que resulta em média de de 70,5 mil cirurgias por mês – um aumento de 43,74% em relação à média registrada no ano inteiro de 2023, que foi de pouco mais de 49 mil cirurgia por mês (com total de 588.795 procedimentos no ano). Em relação ao primeiro quadrimestre de 2023, a elevação é de de 12%: de janeiro a abril do ano passado a média foi de 62.869 por mês (um total de 251.476 cirurgias).
O aumento no número de cirurgias está diretamente ligado com o Programa Opera Paraná, criado pelo Governo do Estado para acelerar a realização de procedimentos cirúrgicos eletivos e diminuir as filas de espera, com credenciamento de procedimentos em hospitais privados e filantrópicos.
Os dados, divulgados nesta sexta-feira (21), são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e incluem a produção hospitalar e ambulatorial de serviços prestados pelo Estado e pelos municípios. Há, ainda, um período de 60 dias entre a realização dos procedimentos e a inserção dos dados no sistema. Ou seja, se a média mensal permanecer como está, o Paraná poderá registrar mais de 800 mil cirurgias eletivas durante este ano, o maior número da história do Estado.
“Durante a pior fase da Covid-19, estados e municípios precisaram priorizar o atendimento dos pacientes afetados pela pandemia e, por isso, as cirurgias eletivas foram paralisadas, mas a fila não parou de crescer. Para acelerar essa espera, criamos o Opera Paraná e hoje os números nos mostram que esse investimento tem sido cada vez mais eficaz”, afirma o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Foram investidos R$ 150 milhões do Tesouro do Estado na primeira fase do Opera Paraná que resultaram em um incremento de 47% (de 331.787 para 488.441) no número de cirurgias realizadas entre 2021 e 2022. Mais R$ 150 milhões foram aportados na segunda fase, além de R$ 102,5 milhões para os estabelecimentos contratualizados pela secretaria ( Resolução 904/2023 ) que resultaram em um aumento de 20% (de 488.441 para 588.795) no número de cirurgias realizadas entre 2022 e 2023.
A expectativa é de que mais unidades prestadoras de serviços de saúde possam se credenciar e realizar procedimentos que incluem as cirurgias de maior demanda no Estado: das vias aéreas e superiores, da face, da cabeça e do pescoço; do aparelho da visão; do aparelho digestivo; do sistema osteomuscular e do aparelho geniturinário.
FILA DE ESPERA– Segundo dados oficiais da Central de Acesso a Regulação do Paraná (Care/PR), 65.867 pacientes possuem indicação de cirurgia eletiva no Estado e aguardam pelo procedimento. A posição da fila de espera pode ser consultada online, por meio deste link . Além destes, há pacientes que estão em atendimento, seja para realização de consultas ou exames, para verificar se há indicação de cirurgia.
Nos últimos dois anos o tempo médio de espera entre a solicitação da cirurgia e a realização do procedimento de pacientes inseridos no Care/PR, baixou 38%. Em 2022, a média de tempo de espera era de 105 dias (mais de três meses), e em 2023, os pacientes aguardaram em média 65 dias, pouco mais de dois meses.
Mônica Vieira dos Santos, de 42 anos, é moradora de Jardim Alegre, no Vale do Ivaí, e não precisou aguardar. Assim que realizou a solicitação de histerectomia (retirada do útero) no Hospital Regional de Ivaiporã (unidade própria da Sesa), foi realizado o procedimento. “A minha cirurgia foi um sucesso, os médicos são muito atenciosos, desde a hora que você entra no hospital, é um atendimento maravilhoso, todo mundo atende bem. Fizeram todos os meus exames, depois marcaram a minha cirurgia e foi tudo muito rápido”, disse.
As informações do Care são preliminares e os pacientes são inseridos neste sistema pelas secretarias municipais de saúde. A cirurgia é confirmada pelos prestadores dos serviços. Os municípios de gestão plena (como Curitiba) possuem sistemas próprios, e por este motivo, existem pacientes que são regulados pela própria secretaria municipal.
A estimativa é que cerca de 200 mil paranaenses estejam aguardando por uma cirurgia eletiva, somando a lista de espera oficial e a dos municípios. A fila exata destes procedimentos está sendo compilada em um programa de gestão que integre os sistemas do Estado, município e consórcios.