O compromisso com a produção responsável de alimentos saudáveis no Paraná foi renovado nesta terça-feira (28) em evento que reuniu secretários do Estado, especialistas e representantes de entidades do agro e técnicos de cooperativas. O encontro foi organizado pelo Sistema Ocepar, que cedeu sua sede para a reunião, e contou com apoio da Gazeta do Povo.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, salientou que a agricultura paranaense se tornou referência mundial em razão dos debates que promove continuamente sobre o seu crescimento. “Se tem alguém que pode alterar a matriz energética, que pode ser efetivo na redução dos efeitos de gases nocivos é a agricultura, e o Paraná pode liderar esse processo”, afirmou.
Por isso, sugeriu que os agentes da agropecuária paranaense avancem mais nas discussões sobre a qualidade do manejo de solo, de pragas, de doenças e de pastagens praticado no Estado, e sobre a intensificação dos sistemas produtivos e o necessário descanso do solo. “Creio que junto com as cooperativas, com a academia, com os órgãos representantes de classes é possível trabalhar para continuar sendo um Estado cada vez mais sustentável”, disse.
Para o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, a produção de alimentos sustentáveis é um assunto estratégico para o Estado, que tem isso muito relacionado à sua trajetória histórica. Segundo ele, a economia verde faz parte, ao lado da educação e da infraestrutura, do tripé sobre o qual se apoia o planejamento estadual.
“Temos uma grande oportunidade de posicionar o Brasil na nova ordem mundial liderando situações de bioeconomia, de geração de energia verde e de produção de alimentos, e no Paraná temos o epicentro dessa realidade”, reforçou. Para Silva, há uma “falsa ideia” de que o Brasil produz alimentos sem sustentabilidade. “Ninguém produz alimentos de forma tão verde quanto nós”, afirmou.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, destacou que 30% do território paranaense são cobertura florestal. “Muito é decorrente da agricultura, que respeita esses espaços tão valorizados”, ponderou o secretário. Ele disse que as cooperativas têm sido parceiras importantes no processo de licenças e outorgas do uso das águas. “Ajudam a ampliar nosso conhecimento para que tomemos as melhores decisões”.
Anfitrião do encontro, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, afirmou que o grande desafio que o sistema está abraçando é ter uma certificação da produção sustentável praticada no Paraná, e para isso colocou à disposição os 3,7 mil profissionais de assistência técnica que atendem as cooperativas.
“Na Europa falam mal porque não nos conhecem, se não mostrarmos a realidade e não certificarmos ficará essa imagem”, disse. "Queremos um programa de certificação de sustentabilidade para valorizar o que fazemos e colocarmos no mercado”.
Segundo ele, a intenção é que as propriedades dos 215 mil cooperados paranaenses tenham o certificado. “O desafio é muito grande, mas nós estamos dispostos a enfrentar isso de frente”, disse. “Essa retórica de que o Brasil não sabe produzir de forma sustentável vai se mostrar que não é verdadeira e nós vamos ganhar mercado”.