A professora Maria Ister Sandovetti, 53 anos, aposentou as galochas após uma vida calçando a proteção dos pés. O motorista Alcindo Canaver, 63 anos, não precisa mais apelar à ajuda dos vizinhos para desencalhar o carro na frente da própria casa. Já a rinite alérgica da auxiliar de serviços gerais Euza Marin Leite, 54 anos, praticamente desapareceu. Além do impacto imediato do programa Asfalto Novo, Vida Nova , do Governo do Paraná, os três moradores de Mirador já estão planejando reformas e reparos para valorizar ainda mais a residência onde moram.
O pequeno município de 2.240 habitantes no Noroeste do Estado é um dos destaques dentro do maior programa de pavimentação de pequenas cidades do Brasil, o Asfalto Novo, Vida Nova, que está com obras em execução em 132 cidades com até 7 mil habitantes pelo Paraná e mais 43 já estão autorizadas a darem andamento nas suas licitações.
Além do asfalto, o programa idealizado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em abril do ano passado leva infraestrutura completa aos pequenos municípios, com galeria pluvial, calçada com acessibilidade e troca de lâmpadas comuns pelo modelos LED, mais potentes e econômicos.
Assim que esse primeiro ciclo de obras for concluído, Mirador já vai saltar de 30% para 80% das vias pavimentadas. Já na iluminação de LED o salto foi ainda maior: de apenas 3% para 100% com nova iluminação. O investimento em Mirador é de R$ 5,5 milhões, o que vai garantir pavimentação de 19,3 mil metros quadrados de vias com os seguintes serviços: terraplenagem, base, revestimento, meio-fio, urbanização, sinalização de trânsito, drenagem, ensaios tecnológicos, além da iluminação, com 494 luminárias LED. As obras já estão 40% executadas.
“A situação da cidade era precária antes do programa. A área central, por exemplo, não tinha asfalto. E agora acabou a poeira, acabou a lama e ainda tem a valorização dos imóveis que a pavimentação trouxe. É outra cidade”, comemora o prefeito Fabiano Travain, o Ratão. “A cidade já é outra com o asfalto e a iluminação. Tanto que a gente vê pessoas que queriam ir embora que agora querem ficar e gente que foi embora que quer voltar. Tudo por causa do asfalto”.
Antes do programa, o município de 62 anos convivia com poeira, lama e buracos. Agora, segundo a prefeitura, os moradores já planejam fazer benfeitorias em suas residências, o que era impossível quando a rua era de terra. “A gente tem observado que só de ter asfalto as pessoas já estão falando de mudar a casa, trocar um piso, construir um muro, pintar as paredes. O que era impensável antes justamente porque não tinha asfalto na rua”, aponta o prefeito, que acredita que os imóveis vão valorizar cerca de 30% só com a nova pavimentação.