O Ministério Público do Paraná denunciou por rachadinha e lavagem de dinheiro o deputado estadual Ricardo Arruda (PL). O esquema teria desviado centenas de milhares de reais do gabinete de Arruda na Assembleia por meio do uso de cartões de crédito usados para pagar despesas pessoais do parlamentar.
Integrante da extrema-direita, Arruda é defensor ferrenho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No atual mandato, já foi alvo de uma outra investigação, ainda em andamento, sobre possível interferência e abuso de poder político para fazer com que militares expulsos da polícia paranaense por problemas de conduta fossem reincorporados. Em troca, segundo a acusação, o deputado cobrava propina dos PMs que haviam caído em desgraça. Arruda nega tudo.
De acordo com o jornalista Karlos Kohlbach, do Blog Politicamente, o Ministério Público teria levantado provas de que cópias de cartões de crédito de assessores ficariam à disposição de Arruda e sua esposa. Quase R$ 250 mil teriam sido gastos assim com despesas pessoais do deputado bolsonarista, e o custo seria rateado entre os assessores do gabinete.
Outro gasto relevante encontrado pela investigação teria sido uma amortização de R$ 118 mil em um imóvel de Arruda.
Além disso, havia também a rachadinha tradicional., com um assessor responsável por sacar dinheiro em pequenas quantias e “centralizar o recolhimento do produto de concussão, para, ato contínuo, consumada a lavagem, quitar boletos e títulos de dívidas do denunciado (Ricardo Arruda), ou repassar-lhe via R2CP”.
A R2CP seria uma empresa que Arruda usaria para receber pagamentos. Entre os depósitos haveria dinheiro de empréstimos consignados feitos por assessores para repassar ao deputado. Até um pagamento do plano de saúde da sogra de Arruda teria sido feito com dinheiro recebido na empresa.