Cidades Saúde
CRM-PR pede interdição ética de hospital em Guarapuava
Instituição pode ser impedida de realizar atendimentos para "salvaguardar a dignidade do exercício profissional do médico"
23/04/2024 12h42
Por: Redação Fonte: https://www.plural.jor.br/noticias/parana/crm-pr-pede-interdicao-etica-de-hospital-em-guarapuava/
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O Novo Hospital Santa Tereza (Instituto Virmond), de Guarapuava, pode ser impedido de realizar atendimentos médicos por decisão do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR). A indicação de interdição ética da instituição foi aprovada pelos conselheiros do CRM em dezembro de 2023 e dava prazo de 90 dias para correção dos problemas indicados. Segundo o Conselho, o hospital tem “várias irregularidades observadas em fiscalizações e que limitam as condições de assistência e elevam os riscos aos pacientes”.
Em comunicação ao Ministério Público do Paraná, o CRM informou que o hospital passará por Ato de Interdição Ética dos serviços de UTI Neonatal e Pediátrica e tem indicação de interdição também dos demais serviços. Na notificação feita pelo CRM ao hospital em dezembro, o hospital havia recebido prazo de 90 dias para sanar os problemas identificados. Esse prazo expirou no fim de março.
Atualmente o Hospital mantém os únicos 9 leitos pediátricos cirúrgicos do SUS de Guarapuava e 16 dos 18 leitos pediátricos clínicos. Além disso, a instituição tem 171 (38%) dos 456 leitos hospitalares da cidade, 144 (44%) dos 327 leitos que atendem o SUS.
Entre as irregularidades encontradas pelo Conselho estão “a ausência há vários anos de comissões de ética Médica e de revisão de prontuários, jornadas extenuantes, ausência de nomeação de chefes de serviços, inexistência documental da nomeação do diretor do corpo clínico e lacunas no quadro de plantão e desfalques nos serviços de urgência e emergência e ainda no de UTI adulto, de pediatria, neonatologia e UTIs neonatal e pediátrica, ortopedia, obstetrícia e outros”.
A crise no Hospital Santa Tereza não é recente. Em julho de 2023 uma nova direção assumiu a instituição e mudou o nome para Novo Hospital. Na ocasião, o grupo assumiu um passivo de R$ 122 milhões e atribuiu o problema a pandemia de Covid-19. A instituição porém já havia enfrentado problemas em 2019, quando parte da equipe médica suspendeu o atendimento em protesto.
Em setembro o hospital recebeu um adiantamento de recursos da ordem de R$ 1,1 milhão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para evitar o atraso no pagamento de salários na instituição. No último dia 19 de abril o Ministério Público do Paraná abriu procedimento administrativo para investigar o hospital e acompanhar o ato de interdição ética.