Segundo pesquisas do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, o estado de São Paulo lidera o ranking de acidentes de trabalho com mais de 2 milhões de registros nos últimos 10 anos. Cada vez mais, empresas precisam investir na Saúde e na Segurança de seus colaboradores, a fim de reduzir taxas de acidentes e mortes no trabalho.
A taxa de óbito devido a acidentes de trabalho também se mostra preocupante. Os dados revelam que 1 óbito acontece a cada 3 horas no país. O Brasil é o quarto país que possui maior taxa de mortalidade no trabalho, ficando atrás apenas de China, Índia e Indonésia.
Para a prevenção de acidentes de trabalho, as empresas possuem um papel fundamental com o qual podem proteger seus colaboradores.
Thalita Souza é técnica de Segurança do Trabalho e faz parte do time do SOC, software de saúde e segurança do trabalho. Ela conta como a empresa pode contribuir para a segurança: “Fazer o que a NR-1 pede, que é o gerenciamento de riscos ocupacionais, sempre trabalhando em cima da prevenção e nunca da remediação.”
A Norma Regulamentadora 1 determina todas as outras NRs relativas à segurança e medicina do trabalho. É a partir dela que as normas passam a ser obrigatórias para todas as empresas, desde públicas às privadas, além de órgãos públicos da administração direta e indireta. Tem um papel fundamental na construção de um ambiente de trabalho seguro e saudável, diminuindo índices de acidente na empresa, além de reduzir custos para os empregadores. O resultado é a promoção de qualidade e bem-estar para os colaboradores.
“As empresas devem prestar atenção à NR-1, que é mandatória para todas as outras e se atentar às normas específicas do seu ramo”, completa Thalita.
DDS – Diálogo Diário de Segurança
O Diálogo Diário de Segurança (DDS) é uma importante ferramenta para a Saúde e Segurança do Trabalho. Funciona como uma conversa entre os trabalhadores sobre medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, e os riscos que os encontram dia a dia.
Muitos se perguntam se é realmente necessário realizar esse diálogo todos os dias, e Thalita Souza, responde essa questão.
“O DDS é muito importante, principalmente para algumas áreas, como a área da indústria, da construção civil, entre outras. Envolve a parte de conscientização diária do funcionário e quem geralmente realiza é alguém da segurança, principalmente o técnico da segurança, ou em caso de ausência desse profissional, pode ser alguém da CIPA também. É muito importante porque a gente sabe o que precisa fazer no dia a dia, os colaboradores e a empresa sabem quais são as suas responsabilidades, mas o DDS está ali para fazer todos refletirem sobre as situações, pensarem no uso correto de EPIs, entre outras atitudes. Isso é um ganho para a empresa”, relata.
A importância da Gestão de EPIs
Os Equipamentos de Proteção Individual são adicionais que aumentam a segurança no trabalho e ter uma boa gestão desses equipamentos é imprescindível.
A técnica Thalita Souza relata que o EPI para a área de segurança do trabalho é a última alternativa e última barreira que se deve utilizar para prevenção de riscos ocupacionais. Isso porque, ao utilizar o EPI, significa que nenhum outro tipo de controle para conter tal risco funcionou. Há outras soluções que a empresa deve apostar antes do EPI, como o EPC, por exemplo.
Ainda, ressalta que é importante que as empresas não só entreguem o EPI, como conscientização sobre o uso do mesmo, sobre quais suas responsabilidades diante aquele equipamento, como é feita a guarda, a higienização, entre outros cuidados.
“Tem que se atentar em toda a parte de manutenção do EPI, se o Certificado de Aprovação do equipamento está válido, a data de fabricação, se a data de validade está dentro do prazo, tem que olhar as duas datas, tanto a do CA quanto a de validade do EPI. Além disso, tem que fazer todo o controle de entrega, desde o treinamento do funcionário, até a devolução em caso de defeito, afinal, se o EPI danificou, é obrigação do funcionário informar o responsável e a empresa de imediato, um EPI danificado não pode mais ser utilizado”, diz a técnica de segurança.
O 4º país com mais acidentes de trabalho do mundo: Brasil
O Brasil é o país que mais tem leis, não somente da área de segurança do trabalho, mas em geral. No total, há mais de 38 normas regulamentadoras para saúde e segurança do trabalho, e em contraponto, o Brasil está no topo do ranking quando se fala de acidentes de trabalho. Thalita deixa sua opinião do porquê isso acontece.
“Hoje existem mais de 38 NRs e todo um passo a passo para seguir, mas, somos seres humanos e temos muita facilidade de nos adaptar a certas situações e acabamos achando ‘brechas’. Pense: quando você precisa contratar um eletricista na sua casa, você abre um aplicativo e contrata um ‘faz tudo’, mas alguma vez você já pensou se aquela pessoa possui um treinamento de NR10? Se está utilizando os EPIs corretos? Qual a certificação do profissional? Não, não temos esse costume...”
Uma boa Gestão de SST para evitar acidentes
Por fim, é importante ressaltar sobre fazer uma boa gestão de saúde e segurança do trabalho.
Nos últimos 10 anos, houve uma grande transformação digital, e em 2018, entrou a obrigatoriedade do eSocial. Thalita fala sobre como é importante para as empresas, contarem com uma ferramenta para fazer toda essa gestão.
“Quando você tem uma ferramenta que auxilie a fazer a gestão dos riscos ocupacionais e consiga oferecer os envios para o eSocial de forma rápida e dinâmica, você ganha tempo e economia, evitando atrasos e multas. Existem ferramentas que já fazem toda a parte de emissão dos documentos e GRO de forma automatizada, com funcionalidades para gestão de EPI, nas quais é possível incluir medições quando necessário. É importante se atentar para atender toda a legislação brasileira respeitando prazos”, termina Thalita Souza.
Para mais informações sobre Gestão de SST, basta acessar o site: www.soc.com.br/