Nos últimos cinco anos, o empreendedorismo feminino no setor de saúde tem crescido para além das funções operacionais do cuidado, prevenção e tratamento. O setor de home care é um exemplo e a ACG Home Care acompanha esta tendência. No comando da empresa, as irmãs Cristiane Pires Marrone, diretora Assistencial, e Mariah Rosa Moreira Pires, diretora de Faturamento, compartilham a gestão dos negócios da ACG com o irmão Alexandre Pires, diretor Financeiro e de Marketing, desde o início das atividades em 2000.
Uma das maiores empresas de atenção e internação domiciliar de saúde do país, a ACG Home Care comprova a predominância feminina no setor. Dos 500 colaboradores, 90% são mulheres - a quase totalidade enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicas, fisioterapeutas, nutricionistas. 95% dos cargos de lideranças são exercidos por mulheres, na matriz e nas franquias.
Cristiane e Mariah gerenciam as atividades da sede, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e fornecem consultoria para as 11 cidades onde estão instaladas as seis unidades franqueadas - Caxias do Sul (RS); Cascavel, Toledo e Santa Tereza do Oeste (PR); Varginha, Três Corações e Elói Mendes (MG); Guarujá e Santos, na Baixada Santista (SP), na capital paulista Aclimação/Sé/Liberdade (SP), e na Zona Sul e Barra da Tijuca na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Cinco das seis franquias da ACG também são coordenadas por mulheres, enfermeiras e médicas que realizaram o sonho de empreender. Camila Catarina Vaccari, diretora Assistencial da unidade Caxias do Sul, é um exemplo de profissional que sempre foi multifunção como enfermeira hospitalar, atendimento em home care e professora nos cursos técnico e de graduação. “Na época da faculdade, há 15 anos, tinha o desejo de ter uma clínica de enfermagem. Foi quando os atendimentos em home care me sensibilizaram e inspiraram a abrir uma franquia. A convite da ACG Home Care aceitei abrir a unidade em Caxias, com a ajuda de meu sócio e marido, em 2021”, afirma. A unidade tem hoje cerca de 100 colaboradores para atendimento a pacientes de atenção, cuidado e internação, além de doenças crônicas.
Para se tornar uma empreendedora, a enfermeira Camila se preparou e investiu em cursos de especialização como Auditoria em Saúde, Gestão em Saúde e Terapia Cognitiva Comportamental. Este aprendizado ajudou a profissional a ter uma visão mais ampla das inúmeras situações operacionais e de atendimento que enfrenta diariamente.
Na franquia ACG Varginha, a doutora Ana Lúcia Frota é a diretora Assistencial e responsável por alguns atendimentos médicos da região, que inclui as cidades de Três Corações e Elói Mendes, cerca de 280 mil pessoas. A médica também é ‘multifunção’. Além de atender em seu consultório e coordenar as operações de atendimento e administrativo da unidade franqueada ACG, é mãe de uma menina de seis anos e um menino de dois.
Para a doutora Ana Frota, o setor de atenção e internação domiciliar tem crescido desde a pandemia de Covid e deverá continuar em curva ascendente nos próximos anos, tanto pela necessidade de tratar doentes crônicos em casa, assim como o cuidado aos idosos. “Quando amamos nossa profissão o ato de cuidar se amplia e a vontade de contribuir para o bem-estar e a saúde do paciente é igual à dedicação que temos com nossos familiares”, destaca.
Na saúde, é preciso ter vocação. Este foi o legado trazido pela diretora da ACG, Cristiane Pires. Sua formação de técnica de enfermagem colaborou para a fundação da empresa de home care, há 24 anos, em parceria com os irmãos. Outra experiência que incentivou a abertura da ACG foi a experiência de cuidarem de um tio com doença crônica por anos, em casa, em um tempo em que não havia empresas especializadas em home care no Brasil.
Segundo Cristiane Pires Marrone, a trajetória como proprietária da empresa foi um grande desafio. Para ela, ser mulher empreendedora nesta jornada de 24 anos não foi fácil. “No entanto, quando demonstramos ter conhecimento da área, os desafios são menores e a alegria do resultado positivo nos motiva a continuar. Estar à frente da administração de uma empresa vem mostrar a nossa capacidade em gerir com eficácia e qualidade levando qualificação e aprendizado diário às demais mulheres trabalhadoras, no vasto mercado de trabalho e que de fato temos a capacidade de administrar”, disse a empreendedora e mãe de Gustavo, 27 anos, e Lucca, 20.
“Trabalhar no comando de uma empresa não é novidade para muitas mulheres. Já fazemos isto, naturalmente, dentro de casa, na administração do lar e da família”, acrescenta Mariah Pires, Graduada em Jornalismo, a diretora da ACG também colabora em sites jornalísticos. “Nós sempre fomos multifunções. O que conquistamos, foi um novo espaço, no campo dos negócios, inclusive ganhando mais autonomia, planejando e fazendo da forma que queremos, que imaginamos e criamos”, declara.
Mariah é mãe da Victoria, 29 anos, Ângelo, 23, que trabalham na empresa. Gabriel, 18, está se preparando para integrar a equipe ACG. Como mulher empresária e mãe, afirma que o trabalho dignifica as pessoas e é necessário “ensinar a pescar, para darem valor àquilo que os sustenta. Meus filhos estão tendo uma oportunidade de aprender na empresa que construímos. Podem até não continuar na ACG e escolherem outras profissões, mas vão ter uma base e a noção de que o trabalho é necessário”.