Chuvas de granizo, como as que vem atingindo diversas regiões do país desde o início do verão, costumam aumentar o movimento nas funilarias especializadas em martelinho de ouro. Isso porque a lataria dos carros expostos ao temporal pode sofrer danos que necessitam de reparo especializado.
A técnica desenvolvida para remover amassados de veículos sem a necessidade de repintura é uma das mais procuradas para consertar estragos causados por chuvas de granizo. A alta na demanda foi identificada pelo GetNinjas, aplicativo para contratação de serviços do Brasil, que registrou um aumento médio de 12% nos serviços de martelinho de ouro em abril de 2023 na comparação ao mesmo mês do ano anterior, conforme publicado pelo Portal da Auto Peça.
Natural do Paraná, Diego Kinap trabalha há 11 anos com a técnica do martelinho de ouro. Além dos clientes locais – que lhe conferiram o segundo lugar no prêmio “Empresa Destaque na Cidade de Curitiba - Categoria Martelinho de Ouro”, da Agência Midaz, em 2023 – Kinap já reparou veículos em outros estados e até em outros países atingidos por fortes tempestades de gelo. Em 2022, ele foi um dos 200 técnicos contratados por uma grande montadora para reparar mais de 15 mil carros novos que foram danificados por chuvas de granizo no México. “A mão de obra brasileira é muito valorizada no exterior”, afirma.
Segundo Kinap, fenômenos climáticos extremos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, estão impulsionando a procura por profissionais especializados em PDR, abreviação em inglês para “paintless dent repair”, ou reparo sem pintura, princípio básico do martelinho de ouro brasileiro. “Essa é uma profissão que não conhece fronteiras, por isso há quem nos chamem de ‘caçadores de tempestades’, pois vamos onde o granizo está”, explica.
A prática requer paciência e precisão. Para desamassar e alcançar todos os cantinhos do carro, o profissional necessita de ferramentas especiais e muita habilidade manual. A recompensa, porém, vale a pena. Segundo Kinap, um profissional de martelinho de ouro chega a fazer R$ 20 mil por mês no Brasil. Já no exterior, “o céu é o limite”, comenta o especialista.