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Mulheres privadas de liberdade produzem fantasias para escola de samba de Curitiba
As presas confeccionaram 407 peças de fantasias e 1,5 mil penas para compor alegoria da Acadêmicos da Realeza, de Curitiba. A parceria reforça a p...
29/01/2024 15h55
Por: Redação Fonte: Secom Paraná

Mulheres privadas de liberdade custodiadas no Centro de Integração Social (CIS) de Piraquara confeccionaram 407 peças de fantasias e 1,5 mil penas artificiais para compor a alegoria de uma escola de samba de Curitiba. As produções envolveram calças, blusas, bombachas e kaftan que serão utilizadas no desfile deste ano.

A escola Acadêmicos da Realeza teve contato com o trabalho têxtil desenvolvido pelas mulheres custodiadas no CIS em uma empresa do setor que tem convênio com unidade prisional. Apostando no potencial de empregabilidade de pessoas privadas de liberdade e na motivação financeira e social, a agremiação propôs essa produção, iniciada em dezembro de 2023.

A escola prestou todo o suporte de capacitação e orientação durante a confecção, com visitas semanais para levar materiais e moldes e, também, buscar as peças que ficavam prontas ao longo dos dias. Além da oportunidade de desenvolver habilidades profissionais e se envolver com experiências culturais, as presas receberão remuneração e remição de pena pelo trabalho, conforme a Lei de Execução Penal.

O diretor-geral da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Reginaldo Peixoto, explica que parcerias como essa geram oportunidades de ressocialização e mudança de vida no sistema prisional. “Tentamos incansavelmente oferecer uma custódia digna aos apenados do Paraná. É sempre muito gratificante ver projetos diferentes e mais culturais acontecendo. Eles são transformadores”, comenta.

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A diretora do Centro de Integração Social (CIS), Marilu Katia da Costa, ressalta que o Carnaval de Curitiba transcende a mera celebração festiva – mobiliza uma estrutura social ao longo de todo o ano. “A expectativa para esse ano é expandir ainda mais a parceria entre a Acadêmicos da Realeza e a Polícia Penal a fim de envolver os profissionais da agremiação no processo de capacitação de pessoas privadas de liberdade, preparando essas mulheres para diversos caminhos quando retornarem a sua liberdade”, complementa.

A diretora de Carnaval da Acadêmicos da Realeza, Vilma Barbosa, conta que com a parceria as atividades puderam ser iniciadas dentro do prazo proposto, prevendo um grande desfile para o próximo mês. “Durante o período em que desenvolvemos nossas fantasias no CIS recebemos apoio integral da equipe de gestão, o que foi fundamental para que o resultado final fosse de qualidade, conforme esperávamos. Este foi o primeiro passo de um projeto que está só no começo”, destaca.

Vilma ressalta que, com a confiança nas equipes, eles querem retomar os trabalhos, já visando o Carnaval de 2025. “Assim, nos consolidando cada vez mais como agentes de transformação na sociedade e da ressocialização de mulheres, para um novo caminho a partir da sua liberdade", arremata.

A escola já ganhou o Carnaval de Curitiba e está entre as mais tradicionais da cidade. O desfile de 2024 acontece no dia 10 de fevereiro.