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Tatuagens para além da moda podem formar identidades
Conforme apontam pesquisas, registros históricos datados de 3500 anos atrás apontam para o uso dessa simbologia entre tribos e clãs, inclusive, há ...
15/12/2023 12h55
Por: Redação Fonte: Agência Dino

A tatuagem é uma forma de expressão corporal que marcou a sociedade e levantou discussões ao longo da história, sendo assim, marginalizada. Porém, recuperou seu o status de arte conforme a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro no Código Civil / de 2002. Dando direitos ao corpo, mas com limitações e critérios, conforme art. 13, a fim de evitar autolesão, limitando sua autonomia.

Numa sociedade pós-moderna, questiona-se sobre a natureza desta arte, se trata-se de modismo passageiro ou se faz parte da formação de identidade de uma pessoa. Segundo pesquisadores, essa questão envolve elementos culturais, sociais e individuais. Registros históricos datados de 3500 anos atrás apontam para o uso dessa simbologia entre tribos e clãs, inclusive, há relatos comprovados em que uma múmia do século VII fora descoberta com artes na pele, possivelmente originárias da cultura do seu extinto povo.

A tatuagem como Modismo possui uma visão em que as tatuagens são, em sua grande parte, uma moda passageira, influenciada por tendências culturais e sociais. O antropólogo Margo DeMello, em seu livro "Bodies of Inscription: A Cultural History of the Modern Tattoo Community," argumenta que "as tatuagens estão sujeitas a modismos e tendências culturais, e o que é considerado 'legal' ou 'descolado' e sujeito a mudar ao longo do tempo."

Essa perspectiva argumenta que as tatuagens podem receber influências externas, como celebridades, mídia e grupos sociais, levando as pessoas a seguirem determinadas tendências sem uma consideração sobre o seu significado. Assim, pode ser vista como uma forma de se encaixar em um grupo social ou de se destacar na multidão.

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Tatuagem como Formação de Identidade por outro lado, muito se argumenta que desempenha um papel fundamental na formação da identidade individual. O psicólogo Viren Swami, em seu estudo "Body Piercing and Self-Injury: Psychological Perspectives," observa que "as tatuagens podem servir como uma forma de expressar quem somos, nossos valores, nossas crenças e até mesmo nossa história pessoal." Nesse contexto, as tatuagens são vistas como uma forma de autodescoberta e autoexpressão.

A antropóloga Margo DeMello também menciona que "as tatuagens podem ser uma maneira de afirmar a identidade pessoal e a pertença a determinados grupos culturais, étnicos ou subculturais." Nesse sentido, as tatuagens podem representar conexões profundas com a cultura, a espiritualidade ou experiências de vida significativas.

A questão de se a tatuagem se trata de modismo ou formação de identidade, portanto, não possui uma resposta única, segundo os especialistas. É uma dicotomia complexa e multidimensional que varia de pessoa para pessoa. Ela desempenha ambos os papéis, dependendo das circunstâncias individuais e das motivações pessoais, portanto "É importante respeitar as escolhas e as interpretações individuais das pessoas, reconhecendo que elas podem ser uma mistura complexa de modismo e identidade, refletindo as complexidades da natureza humana", pontua Daniel Couto, da iTattoo Club.

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