O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) foi escolhido para ministrar treinamentos na área de salvamento veicular em acidentes de trânsito para uma equipe de 32 integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão (CBMMA). A capacitação teve início no dia 23 de outubro e será concluída no início de novembro.
A delegação do Maranhão que está no Paraná é composta por 17 alunos do Curso de Salvamentos Especiais (CSEsp) e 15 águias, como são chamados os bombeiros que conseguem concluir essa especialização. Segundo o subcoordenador do CSEsp, capitão Cleyston José Raimundo Nunes Moreira, a experiência tem sido positiva, tanto pelo conteúdo apresentado quanto pela qualidade pedagógica demonstrada pelos instrutores.
“A mudança de cenários e a utilização de veículos de modo muito próximo à realidade das ocorrências proporcionam uma experiência espetacular. Se tem sido tão bom para quem, como eu, já é formado no Curso de Salvamentos Especiais, imagina para os alunos”, declarou o capitão.
Segundo ele, isso se deve à excelência que os bombeiros do Paraná vêm demonstrando e desenvolvendo na questão de salvamento veicular. "Ganhando competições, tendo destaque em nível nacional e internacional”, finalizou o subcoordenador do CSEsp.
Os representantes da corporação do Maranhão receberam instruções sobre a atividade em veículos leves (carros de passeio) durante a primeira visita técnica, entre os dias 23 e 27 de outubro, em Curitiba. Na próxima semana, as atividades serão voltadas para veículos pesados (caminhões e ônibus, além de carros elétricos), em Foz do Iguaçu.
“O treinamento, que tem duas fases, é uma versão simplificada do curso que a gente faz na Corporação”, explicou o major Ícaro Gabriel Greiner, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) e responsável pela instrução.
A primeira fase do treinamento ocorreu na fábrica da Renault em Curitiba, direcionada a acidentes com carros de passeio. Desde 2009, a empresa fornece carros que não têm condição de comercialização para que sejam montados os cenários de acidente para treinamento dentro do interior da fábrica.
“Todas as fases da operação de salvamento, desde a estabilização da vítima até a remoção, são treinadas exaustivamente”, explicou o major. O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) também cede veículos, que seriam destruídos, para a execução da primeira fase da atividade de instrução. Em Foz do Iguaçu, a Receita Federal ofereceu caminhões e ônibus apreendidos na Tríplice Fronteira para o aperfeiçoamento das técnicas em veículos de maior porte.
OPERAÇÃO COMPLEXA –A operação de resgate de vítimas no interior dos veículos é complexa e envolve várias etapas distintas. O procedimento precisa ser assertivo e ágil, pois a demora no salvamento pode dificultar a sobrevivência. “Não é simplesmente chegar lá e remover a pessoa. O acidente pode ter trazido lesões invisíveis, principalmente na coluna cervical ou pelve”, alertou o major Greiner.
Ele também apontou as seis fases do salvamento veicular: segurança, estabilização, criação de acesso para a equipe de atendimento pré-hospitalar, estabilização da vítima no interior do veículo, criação de espaço para remoção e extração.