Transportadoras, CEOs de empresas de alimentos e gestores de indústrias participaram de evento online realizado em outubro na sede da Marsh Corretora de Seguros em São Paulo. Marcio Lira, CEO da AngelLira, empresa Gerenciadora de Riscos e Gestão Logística, foi o primeiro a palestrar para mais de cem pessoas falando dos desafios e oportunidades dos transportes de cargas congeladas e refrigeradas.
Segundo pesquisa recente Instituto FSB para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 2.500 industrias, 73% dos entrevistados consideram os serviços de transporte como o maior gargalo do setor de infraestrutura, com ênfase para as más condições das rodovias. A pesquisa da Confederação Nacional do Transporte de 2022 revela que o país possui apenas 12,4% de rodovias pavimentadas, sendo que 66% dessas rodovias são classificadas como péssimas, ruins ou regulares.
Cabe às grandes empresas, embarcadores e transportadoras analisar a rota e gerenciar os riscos ao se estruturar para evitar perdas de cargas desde o embarque à entrega em um país com temperaturas que variam de 0° a 35°C. Para Marcio Lira, além de um bom software logístico com controle de temperatura, treinar muito bem o motorista são estratégias fundamentais para o bom gerenciamento da carga. “Algumas empresas são muito bem-sucedidas em atrelar bônus nos fretes dos motoristas a partir da qualidade que eles mantêm na entrega, tornando-os grandes parceiros de jornada na entrega dos produtos.”
Porém os desafios do motorista e uma entrega bem-sucedida de carga de alimentos congelados ou resfriados vão muito além de uma estrada pouco pavimentada. Em sua palestra, Lira pontua que para que o consumidor final consiga ter em casa o alimento com excelência em qualidade de coloração, sabor e temperatura, a importância de detalhes pode fazer a diferença em toda a operação como acesso facilitado ao motorista a um diário de bordo completo com informações de rota, locais de parada homologados, temperatura de carga e todas suas variações, pontos em que não se deve parar (gerenciamento de risco - e esse tipo de informação pode mudar a cada semana) centralizados em um “workphone”, como ele diz, um smartphone feito para o trabalho, um hardware para aguentar a jornada do motorista.
Também falaram no evento Marcos Mello, líder de Specialty Advisory, Marsh LAC e Sergio Caron, diretor de Marine, Cargo & Logistics, Marsh Brasil.
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