Brasil Sergio Moro
Tony Garcia diz ter provas de que Sergio Moro o incumbiu de fazer escutas de juízes
Sergio Moro nega irregularidades e diz que Tony Garcia é um criminoso condenado
29/09/2023 12h33
Por: Redação
Reprodução

O senador Sergio Moro (União) voltou a ser alvo de denúncias nesta quinta-feira (29). Desta vez, a notícia saiu primeiro na GloboNews, que revelou o vazamento de um acordo de delação premiada assinado em 2004 pelo ex-deputado estadual Tony Garcia.
Segundo o empresário, que foi preso por um escândalo financeiro no Consórcio Garibaldi, o então juiz Sergio Moro incluiu no acordo de delação premiada que aliviou sua situação vários tens comprometedores – incluindo supostamente a obrigação de conseguir áudios comprometedores de outros membros do Judiciário, como os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Tony Garcia diz ter entregado todo o material para o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. No documento constariam 30 itens com os quais o empresário, responsável pelo rombo no consórcio, se comprometia. Um deles supostamente seria obter um áudio comprometedor de Moro que estaria nas mãos de terceiros.
Ao longo dos últimos 30 anos, Tony Garcia esteve envolvido em diversos escândalos políticos e financeiros. Em 2018, foi um dos responsáveis pelas denúncias contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), atual deputado federal. Os dois, que chegaram a ser muito próximos, mantiveram contato durante o período em que Beto esteve no governo, e Tony Garcia apresentou gravações que comprovariam que ele prestou serviços ilegais para Richa. O ex-governador diz que os áudios foram manipulados e nega o crime.
Ao ser questionado sobre o caso, Moro emitiu uma nota em que nega quaisquer irregularidades. Na nota, Moro não nega que a delação incluísse a gravação de terceiros, porém diz que jamais pediu áudios de outros magistrados. Leia a nota na íntegra:
“Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita. Em 2004, fez acordo de colaboração que envolveu a devolução de valores roubados do Consórcio Garibaldi e a utilização de escutas ambientais autorizadas judicialmente e com acompanhamento da Polícia Federal e do MPF. Essas diligências foram realizadas por volta de 2004 e 2005, e todas foram documentadas. Não incluem qualquer gravação de autoridade com foro privilegiado, nem têm qualquer relação com as investigações do Mensalão ou Petrolão. Aliás, a farsa afirmada por Tony Garcia é facilmente desmascarada por ele não ter qualquer gravação de magistrados do TRF4, STJ ou STF.“