De acordo com dados recentemente divulgados pela Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), a taxa média de endividamento das famílias brasileiras é considerada muito alta: a cada 10 famílias, 8 estão enfrentando dívidas.
Os números, referentes a abril de 2023, revelaram que 78,3% dos núcleos familiares no país estavam carregando algum tipo de dívida. Esta porcentagem manteve-se praticamente inalterada em relação ao ano anterior, indicando que o problema do endividamento é persistente. Em 2022, a média de endividamento foi de 77,9%, alcançando um valor recorde desde que o levantamento foi iniciado em 2011.
Para a cofundadora e CFO da empresa Empoderamento Adolescente, Daniela Mazzei Anzolin Caro, é importante exercer o autocontrole e avaliar cuidadosamente as nossas decisões de consumo para evitar impulsos desnecessários e, consequentemente, endividamentos.
“Precisamos preparar os jovens com educação financeira, pois ela é fundamental por diversas razões.” Para Daniela, os principais motivos dessa discussão seriam:
“Em resumo, preparar os jovens com educação financeira não apenas os beneficia individualmente, mas também fortalece a saúde financeira da sociedade como um todo. É um investimento valioso no futuro financeiro e no bem-estar das próximas gerações.” finaliza a CFO.
IBGE alerta que em 2060 haverá mais idosos do que trabalhadores ativos no Brasil
Conforme as informações fornecidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a projeção indica que, até o ano de 2060, ocorrerá um desequilíbrio entre a quantidade de pessoas aposentadas e aquelas que se encontram em atividade econômica. As estimativas apontam que, em 2060, o grupo de indivíduos idosos deverá superar numericamente os trabalhadores ativos. Isso resultará em uma proporção estimada de 24 jovens para cada 63 aposentados.
Uma pesquisa do IPEA revelou que o gasto com a Previdência Social no Brasil deve dobrar em 30 anos, já que nos próximos anos haverá um número maior de pessoas se aposentando do que de novos entrantes no mercado de trabalho. Devido a isso, a reforma da previdência foi proposta com o objetivo de reduzir o déficit e equilibrar as contas públicas no futuro, mas a tendência é de que esse prejuízo não pare por aí, uma vez que a estimativa desse valor é só crescer nos próximos anos.
A CFO acrescenta que o déficit do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado, deve mais do que dobrar até 2060 e quadruplicar até 2100, segundo estimativas da Secretaria do Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Previdência Social.
Nesse contexto, a especialista ressalta a importância de introduzir a educação financeira desde a juventude, especialmente no que concerne ao planejamento da aposentadoria. "Os jovens devem aprender a tomar decisões financeiras sábias, a gerir seu dinheiro com eficiência e a cultivar uma mentalidade de longo prazo, pois isso é parte integrante da inteligência financeira", enfatiza.
Segundo Mazzei, a chave reside em mudar a perspectiva de trabalhar apenas para o dinheiro, transformando-o em um aliado por meio de escolhas financeiras inteligentes, como investimentos estratégicos.
Em relação à aposentadoria, ela sublinha a necessidade de um planejamento cuidadoso e de investimentos a longo prazo, visando a alcançar a independência financeira, ou seja, a capacidade de viver com renda gerada por investimentos, eliminando a necessidade de trabalhar a vida toda para obter um "salário" mensal.
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