Ciência Orgãos
Cientistas chineses cultivam rins humanizados em embriões suínos
Projeto foi desenvolvido pelo Institutos de Biomedicina e Saúde de Guangzhou
09/09/2023 09h44
Por: Redação Fonte: Chinahoje
Reprodução

Uma equipe chinesa desenvolveu, pela primeira vez no mundo, rins  a partir de células-tronco humanas dentro de embriões suínos. Este avanço, que traz órgãos humanos crescidos em suínos mais próximos da realidade, abrirá um caminho fascinante para transplantes renais e uma nova janela para estudar o desenvolvimento humano, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Cell Stem Cell.

Os cientistas dos Institutos de Biomedicina e Saúde de Guangzhou, subordinados à Academia Chinesa de Ciências, usaram uma ferramenta de edição genética para projetar certos genes em células-tronco pluripotentes induzidas por humanos (IPSCs) para fortalecer sua capacidade de se firmar e formar rins em embriões suínos que são geneticamente modificados para não ter a capacidade de desenvolver um rim.

IPSCs são um tipo de células-tronco derivadas de células adultas da pele ou do sangue e reprogramadas de volta a um estado embrionário que permite o desenvolvimento de qualquer tipo de célula humana necessária para fins terapêuticos.

O estudo revelou que os pesquisadores finalmente colheram cinco embriões com estruturas renais quiméricas de estágio intermediário suíno-humano organizadas dentro de 28 dias e essas células de doadores humanos puderam se diferenciar em células funcionais.

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A gestação foi interrompida dentro de 3 a 4 semanas de acordo com as normas éticas vigentes. Este estudo demonstra a prova de princípio da possibilidade de geração de um órgão primordial humanizado em suínos, oferecendo uma alternativa potencial atraente para ajudar a superar a escassez de órgãos humanos para transplante.

Os resultados descrevem “passos pioneiros numa nova abordagem à bioengenharia de órgãos, utilizando suínos como incubadores para o cultivo e a criação de órgãos humanos”, disse Dusko Ilic, revisor do Colégio do Rei de Londres.

“No futuro, uma versão otimizada desta tecnologia poderá resolver a atual escassez de doadores compatíveis para transplante renal”, disse Darius Widera, professor da Universidade de Reading.