Representantes do Governo do Estado participaram nesta terça-feira (29) de uma audiência pública para debater conectividade no campo, cenário atual e necessidades da agropecuária paranaense. O encontro foi proposto pelo presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fabio Oliveira, e realizado no auditório do Sistema Ocepar.
O objetivo da audiência foi ouvir o setor produtivo para reunir as ideias discutidas e buscar as soluções para que a conectividade integral possa avançar.
As autoridades estaduais apresentaram algumas estratégias em andamento, como a possibilidade de as cooperativas que possuem créditos de ICMS de exportação negociarem esses recursos com as operadoras de telefonia celular. Elas receberiam os valores acumulados mais rápido do que se fosse pelos trâmites normais para expandir a rede de internet pelo Estado.
“Existe conhecimento e tecnologia e precisamos avançar em conectividade, não podemos mais adiar. Compreendemos a real importância da conectividade no meio rural”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Nosso principal negócio, que é produzir alimentos, ainda está muito analógico, esse é um desafio importante para continuarmos avançando”.
No Paraná, o governo também decidiu investir em transmissão via rádio ou fibra ótica para dotar algumas comunidades com tecnologia. “Vamos fazer experiências em algumas comunidades bastante distantes, que já estão no desenho, e que podem ser unidades didáticas”, disse Ortigara.
O secretário de Estado da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Marcelo Rangel, destacou que o Paraná tem uma grande produtividade agrícola, com destaque para produção de grãos e de proteína animal, e que o Estado está estudando novas alternativas para modernizar o setor.Uma das opções é o serviço de satélites da Starlink, que tem planos de difundir a internet em lugares mais remotos.
“O que seria se tivéssemos 100% de conectividade? Essa é a nossa meta. O Estado do Paraná pode ser o primeiro com conectividade rural beneficiando todos os produtores”, acrescentou.
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, disse esperar que a audiência leve à discussão de políticas públicas que possibilitem ao agricultor utilizar toda a tecnologia embarcada nos maquinários, com vistas à redução de custos e melhora na produtividade. O cooperativismo é responsável por quase 65% do que se produz no Estado. “Por isso esse é um assunto que nos interessa e que precisamos debater”, acentuou.
De acordo com o Ministério da Agricultura, somente 27% das propriedades rurais já estão conectadas no País.“Queremos saber do setor produtivo que tipo de leis precisamos pensar na Assembleia Legislativa para que o agricultor possa ter o uso efetivo do equipamento que ele já investiu. Isso representará redução de custos e aumento de produtividade e toda população se beneficia”, acrescentou o deputado Fabio Oliveira.
GRUPO DE TRABALHO– Um dos resultados foi a criação de um grupo de trabalho com a participação da Assembleia Legislativa, Sistema Ocepar, Federação da Agricultura do Paraná (Faep),Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaep) e Secretaria da Agricultura. O grupo vai discutir e apresentar uma proposta de implementação de um programa de conectividade no campo.
PRESENÇAS– Também participaram da audiência o representante da Faep, Nilson Hanke de Camargo; o presidente da Fetaep, Marcos Brambilla, o superintendente da Ocepar, Nelson Costa, o presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza; o presidente da Adapar, Otamir Martins; e profissionais da área e técnicos.
Mín. 17° Máx. 30°