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Polícia Científica do Paraná já colaborou com 94 investigações criminais em sistema nacional
O dado, contabilizado desde o início da implantação do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública...
23/08/2023 15h25
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
Foto: Ricardo Almeida/SESP

A Seção de Balística Forense da Polícia Científica do Paraná já confirmou mais de 94 “matchs” (compatibilidades) entre provas encontradas no local do crime e os projéteis e estojos provenientes de armas de fogo relacionadas às ocorrências. O dado, contabilizado desde o início da implantação do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em 2022, corresponde a 14% dos 670 “matchs” do país.

O processo de elucidação de um crime começa na coleta de projéteis e estojos deflagrados no local do ocorrido. A partir disso, o material passa por análise microscópica. As informações coletadas nesta etapa são enviadas pelos peritos para o Banco Nacional de Perfis Balísticos, plataforma que permite o confronto com amostras de outras localidades do país.

Após o envio, o sistema sugere de 20 a 50 registros anteriores que possam ter similaridades com as amostras dos materiais coletados. Com isso, os peritos têm a possibilidade de direcionar os esforços para examinar aqueles com maior potencial de resultar em um “match”.

O perito criminal da Seção de Balística Forense e administrador estadual do Sinab, Francisco da Silva Martins, afirma que o equipamento utilizado para o processo de análise microscópica, o IBIS TRAX HD3D, não dispensa a participação de pessoal capacitado. “É um aparelho que exige a análise prévia do material recolhido em local do crime ou necropsia e de exames especializados em microscópios comparadores. Só esses exames podem confirmar as informações produzidas pela máquina”, diz.

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Caso uma das sugestões levantadas pelo sistema gere confronto positivo, os peritos fazem novo exame microscópico da amostra coletada no local do crime a fim de confirmar o “match” entre ela e o registro. A partir disso, é possível a produção de um laudo que é enviado para a polícia judiciária.

“A atuação da Polícia Científica deixa de ser reativa, ou seja, dependente da solicitação da Polícia Civil em uma investigação, passando a ter uma atuação muito mais ativa”, afirma Francisco Martins.

Atualmente, a Polícia Científica conta hoje com dois equipamentos IBIS TRAX HD3D. Um deles foi cedido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e o outro foi adquirido através de investimento de R$ 3,5 milhões pelo Governo do Estado.

O outro aparelho, um microscópio de comparação balística, modelo Vision X, foi adquirido pelo Estado, por R$ 1,6 milhão e já está em operação há um ano. Ele é capaz de importar as imagens do Sinab, auxiliando na comparação posterior do material e facilitando a confirmação dos "matches".

COMITÊ- Martins e o perito criminal Rafael Araújo da Silva são os dois paranaenses convidados para integrar e representar a Região Sul do Brasil no Comitê Gestor do Sinab até o final de 2023. Eles também fizeram parte do grupo técnico que atuou no planejamento do Sistema, ação que resultou no convite.

“Participar do Comitê Gestor nos dá a oportunidade de conversar com os peritos de outros estados e discutir as melhores práticas, criando assim um padrão para todas as instituições. Como o Paraná participa desde o começo, acaba se tornando uma referência de boas práticas”, disse Rafael Araújo da Silva.

PIONEIRO- Além de atuar no planejamento e integrar o Comitê Gestor, o Paraná também foi o primeiro estado do Brasil a obter um “match” e auxiliar na elucidação de crimes de homicídio cometidos com armas de fogo, através da análise de projéteis e estojos coletados nos locais de crime ou em armas incriminadas. Em abril de 2022 os peritos da Polícia Científica do Paraná localizaram o primeiro “match” do país , correlacionando armas e munições usadas nos crimes ocorridos em Curitiba.