A bolsa de valores brasileira (B3) atingiu o patamar recorde de número de CPFs distintos de investidores pessoas físicas em plataformas de renda fixa e variável. Em 2022 ela chegou a 17,2 milhões de contas, o que representa uma alta de 31,3% se comparado ao número registrado pela B3 no ano anterior, quando computava 13,1 milhões de CPFs.
Considerando somente o número de CPFs individuais, já que uma mesma pessoa pode ter conta em diversas corretoras, o número de investidores cresceu 37,1%, de 3,2 milhões em 2021 para 4,4 milhões em 2022.
André Catrocchio, sócio-diretor da Hectare Capital, avalia que o aumento de investidores pessoas físicas no mercado de capitais, apesar do cenário adverso, indica que “o brasileiro está cada vez mais consciente da importância de diversificar seus investimentos, indo além da tradicional poupança.”
Catrocchio destaca que não é preciso ter muito dinheiro para começar a investir, pois há diversas opções que exigem aplicação inicial baixa. “Porém, antes do primeiro aporte, o investidor deve conhecer seu perfil de tolerância ao risco e estabelecer seus objetivos de curto, médio e longo prazos”, diz.
O especialista ressalta que o investidor precisa entender os conceitos de renda fixa e renda variável, e procurar se informar sobre as vantagens e desvantagens dos diferentes produtos de investimento disponíveis no mercado, como tesouro direto, CDBs, fundos de investimento, ações, entre outros.
“Os fundos de investimento imobiliário, por exemplo, são uma boa opção de médio e longo prazos para quem quer investir no mercado imobiliário sem a necessidade de adquirir um imóvel físico”, aconselha ele.
O executivo da Hectare Capital ressalta que as fontes confiáveis para consulta de informações são a própria B3 e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão regulador do mercado de capitais no Brasil, além das gestoras de investimentos, que divulgam periodicamente relatórios com informações sobre o desempenho de seus produtos. “Existem também diversos sites, canais na internet e influenciadores oferecendo cursos e orientações passo a passo para quem está começando a investir”, destaca.
Uma recente pesquisa publicada pela B3 revelou que cerca de 75% dos brasileiros iniciaram seus investimentos com base em informações de canais do YouTube e influenciadores, número que evidencia que opiniões expressas nas redes sociais podem influenciar as decisões individuais de negociação dos investidores.
No entanto, Catrocchio ressalta que é preciso atenção com esse tipo de conteúdo, já que alguns perfis não sinalizam adequadamente suas relações comerciais com plataformas de investimento. “Por isso, a CVM tem estudado a regulamentação desses influenciadores, a fim de oferecer maior transparência e segurança ao investidor”, diz.
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