A Regional de Saúde de Londrina promoveu nesta quarta-feira (27) na Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II) uma palestra sobre a importância da continuidade do tratamento e da identificação precoce dos casos de tuberculose no ambiente penal.
A palestra foi ministrada a duas turmas de monitores de ressocialização prisional, com servidores lotados em diferentes unidades prisionais da cidade, com o apoio dos servidores dos setores de enfermagem.
O evento teve foco na conscientização dos profissionais que trabalham diretamente com a população carcerária, tendo em vista o contato direto e contínuo com pessoas privadas de liberdade para auxiliar na identificação de tosses prolongadas e emagrecimentos repentinos, alguns dos sintomas da doença.
O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Mauricio Ferracini, explica que o ambiente prisional é naturalmente delicado quando envolve questões de saúde e, por isso, ter o apoio de outras instituições públicas é importante para a proteção de vidas.
“A aproximação das Regionais de Saúde do Estado qualifica ainda mais o trabalho do corpo profissional da área da saúde da Polícia Penal do Paraná, minimizando riscos e criando protocolos de segurança para proteger o grupo de servidores e a população custodiada. Isso porque, devido ao confinamento, o ambiente prisional se torna mais preocupante no que tange a doenças transmissíveis”, evidencia.
A responsável técnica da Vigilância Epidemiológica, Luciana Sípoli, explicou que os sintomas mais característicos da doença são tosse crônica, muitas vezes com sangue, prostração e falta de apetite.
“No entanto, alguns pacientes apresentam apenas a drástica perda de peso, a qual deve ser informada imediatamente aos setores de enfermagem das unidades prisionais para a realização de exames e diagnóstico. A demora na identificação da tuberculose atrasa a recuperação do paciente e pode comprometer a cura”, ressalta ela.
Outro ponto de destaque foi a orientação acerca do tratamento por completo. “As dosagens de medicação são altas e por um longo período, podendo propiciar efeitos colaterais. Quando há pequena melhora no quadro de saúde, muitos pacientes interrompem o processo, mas o tratamento descontinuado pode favorecer que o bacilo da tuberculose fique mais resistente, sendo necessário o uso de medicamentos ainda mais agressivos para combatê-lo”, alertou o enfermeiro da regional de saúde de Londrina Luiz Toshio.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a importância da continuidade do tratamento após soltura do detento. Toda pessoa em tratamento da doença deve ser referenciada ao serviço de saúde do seu território, para que continue sendo acompanhada. Isso evita a transmissão da tuberculose para seus contatos, familiares e sua comunidade, e quebra a cadeia de transmissibilidade.
Os profissionais de enfermagem do sistema prisional terão a missão de repassar os conhecimentos adquiridos para os monitores de ressocialização prisional e outras equipes de trabalho.