Morreu na madrugada desta terça-feira (20) Luan Augusto da Silva, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Helena Kolody, de Cambé, região norte do Paraná. Ele é a segunda vítima do ataque a tiros ocorrido na segunda-feira (19). A primeira é Karoline Verri Alves, de 17 anos, aluna da mesma escola e namorada de Luan, que morreu no local do crime.
O estudante estava internado em estado grave e teve uma parada cardiorrespiratória. Familiares autorizaram a doação de órgãos e o corpo do rapaz será encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) após a captação.
A vítima foi atingida na cabeça por tiros. O autor do crime, um homem de 21 anos, está preso. Luan e Karoline estavam na aula de educação física quando foram baleados. O atirador é ex-aluno da escola e entrou no estabelecimento com a desculpa de buscar documentos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) o crime pode ter sido premeditado. Foram apreendidas uma arma de fogo, uma machadinha e anotações com o acusado. Ele foi preso pela Polícia Militar e levado para Londrina. Um adolescente suspeito de colaborar com os assassinatos foi apreendido.
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), decretou luto oficial de três dias pelo falecimento dos estudantes. Do Rio de Janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também manifestou solidariedade às famílias das vítimas. A prefeitura de Cambé emitiu uma nota de condolências no site oficial e suspendeu as aulas da rede municipal.
A escola onde ocorreu o ataque voltará a funcionar na semana que vem. As demais escolas estaduais da cidade retomam as aulas nesta quarta-feira (21).
Aos jornalistas, Ratinho Jr. disse que um funcionário da escola deteve o atirador e passou por um treinamento de segurança da Polícia Militar. No entanto, conforme O Globo, quem conseguiu parar o criminoso foi Joel de Oliveira, de 62 anos, funcionário de um estabelecimento vizinho.
Desde a onda de pânico gerada pelos ataques em Santa Catarina e São Paulo, em março deste ano, o Governo do Estado adotou treinamentos e instalou botões de pânico nas escolas.
De acordo com a PM, o treinamento foi feito em todos os núcleos regionais de educação com policiais do Batalhão de Patrulha Escolar (BPEC) e Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Nesta etapa, participaram os diretores de cada escola, que por sua vez replicaram as aulas para os funcionários.
No entanto, segundo o próprio governo do Estado, o “Treinamento de Segurança Escolar Avançado” fornece informações para que funcionários e alunos se protejam de ameaças, ou seja, não há ensinamento de técnicas de imobilização.
No caso de Cambé, a PM foi acionada por meio do botão de pânico e chegou ao local após Oliveira conseguir deter o atirador.