Em 2023, grandes organizações abriram falência ou pediram recuperação judicial e a ausência de uma governança corporativa assertiva e de uma política de gestão de riscos, de acordo com alguns estudos, é tida como um dos fatores que influenciam neste desfecho. Dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que 48% das empresas brasileiras fecham principalmente por falta de uma gestão eficiente.
Segundo o estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizado pela KPMG, o percentual de empresas com comitê de auditoria subiu de 74%, em 2021, para 84%, em 2022. A pesquisa, que ouviu 293 companhias, destaca a crescente atenção das empresas com os riscos e controles internos refletidos na porcentagem de organizações com auditoria interna.
A edição de 2010 do mesmo estudo mostrou que 50% das empresas abertas tinham auditoria interna. Doze anos depois, contudo, esse número subiu para 94%, seis pontos percentuais a mais se comparado à edição de 2021. Entre os riscos mais mencionados pelas companhias, estão os financeiros e de caixa (89%) e os operacionais (92%).
Quanto maior a empresa, maior as demandas, os times, os números e, claro, os gastos. Sendo assim, é natural que cada empresa desenvolva regras e procedimentos próprios, baseados nas políticas de governança, para facilitar o controle e as análises de dados em diferentes aspectos da instituição. E a auditoria interna é um instrumento eficaz para lidar com estas demandas.
“A prática de ações de fiscalização financeira, por exemplo, consegue descobrir e rastrear casos de desconformidade e, consequentemente, promover a autofiscalização por parte da unidade ou setor”, explica, Larissa Franco Cardoso, administradora com especialização em auditoria.
Benefícios da auditoria interna para grandes empresas
A auditoria interna é uma ferramenta de controle e recomendação aos processos da empresa. O instrumento pode beneficiar financeiramente grandes empresas ao promover a otimização de custos de grandes processos, reduzir tempo de processos, aumentar produtividade e corrigir fraudes e outros tipos de falhas.
Trata-se de um processo contínuo, que faz uso de métodos de conferência como ferramenta de fiscalização e controle, além de lançar mão de procedimentos de melhoria para identificar fraudes e outros tipos de falhas por colaboradores, podendo, dessa maneira, recomendar aos gestores um desenvolvimento adequado de suas atribuições.
De acordo com Larissa, o procedimento deve ser realizado por um auditor imparcial que não se volte para um culpado, mas para os processos da organização. “O auditor da própria empresa deve responder única e diretamente à presidência, para evitar sujeição e favorecimento de setores”, destaca Larissa.
Definir os objetivos da auditoria interna e fazer um planejamento é fundamental para nortear ações mais práticas, como desenhar um cronograma e um checklist, explica Cardoso. Na etapa final das ações, é essencial que seja elaborado relatório que culmine em um plano de ação assertivo.
“Existem auditorias específicas, mas realizar o procedimento, ao menos anualmente, permite um padrão de checagem que mostra a real situação interna da empresa”, afirma Larissa.