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Brasil desafia empresas de verificação de identidade
Com uma tentativa de fraude a cada nove segundos, país mostra que recursos usados no mundo todo, como KYC (conheça-seu-cliente, do inglês know-your...
01/06/2023 10h00
Por: Redação Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução

Tentativas de golpes digitais já fazem parte da rotina do povo brasileiro e o problema tende a aumentar quanto mais a sociedade tem acesso a tecnologias avançadas, como 5G, web3 e Inteligência Artificial. Segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, somente em janeiro deste ano os brasileiros sofreram uma tentativa de golpe a cada nove segundos, somando 284.198 mil tentativas de fraude de identidade naquele mês.

Quando comparados aos dados do mesmo período no ano passado, houve queda de quase 25% – o que demonstra investimento em segurança. Por outro lado, desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, as transações online tiveram um crescimento expressivo. De acordo com o Banco Mundial, há dez anos 51% das pessoas tinham conta em banco. Esse número saltou para 68% em 2017 e 76% em 2021.

A pandemia também levou a um aumento no uso de pagamentos digitais. Segundo a instituição, nas economias de baixa e média renda (excluindo a China), mais de 40% dos adultos fizeram pagamentos em lojas ou online usando cartão, telefone ou internet pela primeira vez. O mesmo aconteceu com relação a pagamentos de contas de serviços públicos. Ou seja, mais de um terço da população mundial deixou de ir pessoalmente pagar suas contas ou fazer compras, preferindo realizar transações pela internet – o que levou, também, ao expressivo aumento de fraudes. 

Ainda com relação às quase 285 mil tentativas de fraude registradas em janeiro deste ano, o estudo da Serasa Experian mostra que, no recorte por setores, as tentativas de fraude relacionadas ao segmento de bancos e cartões lideraram com mais de 133.970. Em segundo lugar, ficou o setor de serviços com 78.219, seguido pelas financeiras com 55.703. Varejo apareceu em quarto lugar, com 12.577 pessoas que foram alvo. Telefonia ficou em último lugar, com 3.729.

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A questão da falta de segurança digital mobiliza governo, sociedade civil, bancos, negócios tradicionais e, mais recentemente, empresas que já nasceram online, como fintechs, agtechs, regtechs e um sem-fim de startups que comercializam produtos e serviços na web. As fraudes aumentaram consideravelmente na esteira do crescimento dos negócios online. Além de exigir esforços para se aumentar a informação, a educação e a conscientização das pessoas sobre a importância de se prevenirem contra ações fraudulentas, também têm levado as empresas que atuam diretamente na verificação de identidade a rapidamente desenvolver soluções mais robustas e eficientes.

De acordo com Andrew Sever, cofundador e CEO da Sumsub – empresa de verificação de identidade com atuação global –, a partir de estatísticas internas, numa base de clientes superior a 2.000 instituições, “foi possível detectar que alarmantes 70% das atividades fraudulentas ocorrem após o estágio de identificação do cliente (KYC), indicando claramente a necessidade de adaptação, já que isoladamente as verificações KYC não se mostram mais suficientes”.

Nesse sentido, Sever adianta que no próximo dia 6 de junho a Sumsub vai lançar uma nova estratégia de posicionamento para redefinir seu papel no mercado. “É fundamental encarar, de modo solidário e eficiente, os desafios e despesas que as empresas podem enfrentar com relação às exigências de segurança e conformidade, ajudando-as a ficar à frente das tendências que mudam aceleradamente – principalmente no combate mundial a fraudes e lavagem de dinheiro”.

Com relação ao desafio que o Brasil representa, o executivo diz que se trata de um mercado bastante especial, não apenas por conta do alto índice de tentativas de fraude, mas pelo avanço dos serviços, negócios e entretenimentos online. “Vemos que não basta mais conferir se o cliente é quem ele diz ser, mas é preciso conhecer mais profundamente o perfil de negócios em que esse cliente atua, ter ciência das transações que efetua, conhecer o perfil das empresas com que se relaciona, tudo dentro das regulamentações vigentes em cada país. Só assim será possível estar sempre um passo à frente dos fraudadores”.