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Paraná recebe oficina do ONU-Habitat com crianças para melhorar integração na fronteira

Iniciativa é vinculada ao programa Conexões Urbanas, do ONU-Habitat. Ela tem como objetivo fortalecer os governos locais em áreas de fronteira. O ...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
24/05/2023 às 11h40
Paraná recebe oficina do ONU-Habitat com crianças para melhorar integração na fronteira
Foto: Ana Beatriz Paes/ONU-Habitat Brasil

Um grupo de 24 crianças brasileiras e argentinas de 9 a 14 anos participaram neste mês de um projeto de requalificação de espaços públicos na fronteira entre Brasil e Argentina. Ele é vinculado ao programa Conexões Urbanas, do ONU-Habitat. A iniciativa, lançada em 2022, tem como objetivo fortalecer os governos locais e as políticas públicas em áreas de fronteira. Ele ocorre na região de Barracão e Bernardo de Irigoyen; Bom Jesus do Sul e Dionísio Cerqueira; Foz do Iguaçu e Ciudad del Este; e mais duas cidades no Líbano.

Os pequenos realizaram oficinas de Desenho de Espaços Públicos em duas escolas de Barracão (Paraná) e Bernardo de Irigoyen (Argentina). A metodologia instiga crianças e jovens a pensarem os espaços públicos que desejam. Depois disso, os técnicos do ONU-Habitatapresentaram aos estudantes os projetos arquitetônicos realizados a partir de suas sugestões. O material foi compartilhado com as prefeituras locais, de forma a dar continuidade à ação. A ideia é promover a coesão social em áreas urbanas em contexto de fronteiras.

As oficinas foram aplicadas na Escola Municipal Érico Veríssimo, em Barracão, e na Escola Provincial "765 - La Más Oriental del País", em Bernardo de Irigoyen.Do lado brasileiro, as crianças pensaram em soluções para o bairro Industrial, uma área afastada do centro. Elas propuseram equipamentos como parquinhos infantis e quadras para esportes, além de soluções para que as ruas sejam mais seguras para caminhar, pensando desde a sinalização viária até sua manutenção.

Em Bernardo de Irigoyen, as oficinas tiveram como foco uma praça em um espaço verde próximo à fronteira, com grande potencial de uso e convívio harmonioso entre as duas nacionalidades. Os alunos buscaram atender públicos diversos em idades, gostos e necessidades. Uma escola de robótica, uma escola de inteligência emocional, espaço para piquenique e a despoluição de um riacho foram algumas das sugestões.

A metodologia colabora para alcançar um dos objetivos do projeto: auxiliar os governos locais a melhorarem seus espaços públicos a fim de que sejam mais inclusivos e sustentáveis, integrando a população dos dois países.

A coordenadora local do projeto, Camilla Almeida, explica que a participação da comunidade na elaboração das propostas é fundamental para criar espaços públicos que atendam às necessidades locais. “Acreditamos fortemente na importância de espaços públicos de qualidade como lugares de encontro e convivência, especialmente em cidades fronteiriças, onde esses espaços têm o potencial de valorizar a interação entre pessoas de diferentes nacionalidades. Nesta região, observamos que 30% da população é formada por crianças e adolescentes, um número significativo. Por isso, consideramos fundamental criar um processo participativo que possa envolvê-las na concepção de espaços para seus bairros”, explica.

O secretário-geral da Prefeitura de Barracão, José Borsatto, reiterou a importância do projeto localmente, que está colaborando para elaboração do Plano Diretor da cidade. “É um privilégio para nós receber essa experiência. Essas praças têm tudo aquilo que uma criança espera que tenha, e vão impactar na vida de outras crianças e de toda a cidade durante muitos anos. O futuro do nosso município está nas mãos destas crianças”, reforça.

DESENHOS– Com a metodologia de Desenho de Espaços Públicos, os jovens são incentivados a observar suas comunidades e desenvolver a dupla capacidade de imaginar e projetar soluções para melhorar um espaço público. Para isso, é apresentado um repertório de soluções criadas em todo o mundo, a partir do qual os jovens adaptam, rejeitam ou adotam essas ideias em seus projetos conforme acharem relevante.

A metodologia também oferece um momento de pesquisa de campo, em que os jovens realizam uma caminhada exploratória e conversam sobre aspectos do percurso que lhes chamam a atenção, contando sobre a sua vivência no bairro.

Além dessa atividade,o projeto já promoveu escutas da população e atores locais, realizou oficinas com autoridades e lideranças dos territórios, e elaborou um diagnóstico dos espaços públicos a partir de metodologias participativas, disponível neste link .

PARANÁ NO MUNDO– O Paraná foi escolhido pelaONU-Habitat por abrigar diversos municípios na fronteira com Paraguai e Argentina e já ter uma relação estabelecida com outros organismos internacionais. Nessa semana, por exemplo, o Governo do Estado renovou o compromisso com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para o cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Paraná é o primeiro e até agora único estado brasileiro, além do segundo da América Latina, a fazer parte do programa, em conjunto com outras nove regiões e cidades de outros países (Bonn-Alemanha, Córdoba-Argentina, Flandres-Bélgica,Kitakyushu-Japão, Kópavogur-Islândia, Moscou-Rússia, sul da Dinamarca e Viken-Noruega).

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