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Um em cada 22 registros de patente em controle de tráfego são brasileiros
Desenvolvimento de tecnologia contribui com a meta da OMS de reduzir em 50% o total de mortes e lesões no trânsito nos próximos 10 anos
23/05/2023 17h00
Por: Redação Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução

Um em cada 22 depósitos de patente existentes no mundo - voltados a sistemas de controle do tráfego de veículos rodoviários - são de propriedade intelectual de fabricante brasileira de tecnologia em mobilidade. 

Para que se tenha ideia, dos 115 registros de patente mundiais - voltados à propriedade intelectual, na categoria G08G – 1/00, e que trata exclusivamente de sistemas de controle do tráfego de veículos rodoviários, 34 deles ou cerca de 29,5% foram solicitados pela empresa de soluções em mobilidade brasileira Velsis, situada em Curitiba, no Paraná.

 Os dados referentes às patentes no setor de mobilidade urbana no Brasil integram o estudo "Controle de Tráfego em Cidades Inteligentes: um panorama dos depósitos de patente no Brasil e no Mundo", produzido e publicado pela Coordenação Geral de Estudos, Projetos e Disseminação da Informação Tecnológica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 

O estudo encontrou 1.440 documentos, que correspondem ao controle de tráfego urbano terrestre, em 10 categorias de diferentes modalidades. Destas, quatro são mais abrangentes em tráfego de veículos rodoviários e apenas uma específica. "Os dados demonstram que o Brasil está avançando cada vez mais no desenvolvimento de sistemas de mobilidade urbana, contribuindo com o crescimento das cidades e com a redução de mortes no trânsito", explica o especialista em mobilidade, Guilherme Araújo.

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O estudo tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento tecnológico relativo às Cidades Inteligentes, particularmente ao Controle de Tráfego, no Brasil e no mundo.

"Com a crescente concentração populacional nos centros urbanos nas últimas décadas, houve um crescimento do número de veículos circulando, o que provocou diversos problemas relacionados à mobilidade. Dentre eles, a velocidade média dos veículos de outros impactos negativos como a maior incidência de óbitos", informa o documento. Segundo o Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), as cidades inteligentes são aquelas que investem em capital humano e social e utilizam a Tecnologia da Informação (TIC) para melhorar a sua gestão e propiciar aos seus cidadãos uma melhor qualidade de vida. Este Instituto destaca as cinco características primordiais de uma cidade inteligente: população, governo, sustentabilidade, mobilidade e qualidade de vida.

Brasil contribui para alcançar meta da ONU 

Ao todo, a Velsis é responsável por 34 depósitos de patentes, sendo oito no Brasil e 26 em países como China, Estados Unidos, Peru, México, Europa, Colômbia, Canadá e Costa Rica.

Os investimentos em tecnologia para controle de tráfego contribuem para que o Brasil, bem como outros países, avancem para alcançar a meta da Organização Mundial da Saúde (ONS), que prevê a redução em 50% no número de mortes e lesões ocasionadas no trânsito até 2031. Segundo o documento - que é uma das iniciativas da 'Década de Ação para a Segurança no Trânsito",- os acidentes são responsáveis por 1.3 milhão de óbitos evitáveis e 50 milhões de machucados. 

Tecnologia Nacional 

Entre as tecnologias patenteadas pela Velsis estão equipamentos eletrônicos de fiscalização de infração de trânsito com sensores intrusivos do tipo laço indutivo e sensores de pesagem de alta precisão, instalados no pavimento. "Instalado em vias de grande fluxo de caminhões, o WIM, por exemplo, registra todos os veículos e captura imagem, permitindo a perfeita identificação quanto à marca, modelo, placa, local, data e horário da infração e adicionalmente pode gerar um vídeo, tornando o registro ainda mais incontestável", explica Guilherme Araújo, diretor presidente da Velsis.

Ele explica que as patentes são elementos-chave para medir o avanço das tecnologias nos países e, talvez, o que é mais importante, o impacto delas no desenvolvimento. "As patentes garantem a propriedade intelectual e o uso exclusivo dos sistemas desenvolvidos, mas também, refletem o dinamismo da produção de conhecimento e avanços tecnológicos que têm um impacto positivo nas sociedades", completa Guilherme.

Por outro lado, a disponibilidade e a facilidade de acesso a informações sobre patentes, bem como a atualização periódica dos bancos de dados pelos escritórios de propriedade intelectual, permitem um monitoramento constante da inovação tecnológica, expondo produtos e tecnologia aos mercados de interesse.

"A patente é uma etapa importantíssima na implantação dos projetos tecnológicos inovadores, pois torna pública informações como, por exemplo, quem é o inventor, quem é o depositante e tudo ao que se refere às tecnologias necessárias para uma avaliação do INPI das premissas de Novidade, Atividade Inventiva e Aplicação Industrial, assim como deve revelar como um técnico na área de aplicação pode vir a reproduzi-la”, explica Eduardo Pereira da Silva, CEO da Pereira Bertozzi Propriedade Intelectual, escritório que atua na área há mais de 35 anos.

Ele conta que, atualmente, no Brasil leva-se em torno de quatro anos para se obter uma patente, enquanto nos Estados Unidos o tempo de espera é de um ano e meio. "Neste período avalia-se a tecnologia, o potencial de vendas e o quanto vale este bem intangível que está na inteligência do que foi produzido", reforça.

Por outro lado, a disponibilidade e a facilidade de acesso a informações sobre patentes, bem como a atualização periódica dos bancos de dados pelos escritórios de propriedade intelectual com atividade inventiva, permitem um monitoramento constante da inovação tecnológica, expondo produtos e tecnologia aos mercados de interesse.

"O registro de patente é como uma certidão de nascimento da tecnologia que contém dados do inventor, do detentor dos direitos econômicos e da tecnologia", explica Eduardo Pereira da Silva, CEO, da Pereira & Bertozzi, escritório de propriedade intelectual que atua na área há mais de 35 anos.

A vigência das patentes é de 15 ou 20 anos, dependendo da data do depósito ou do tipo de patente. Eduardo, destaca ainda, que as tecnologias objetos de patente, ao serem publicadas, permitem ao público conhecê-las, forçando aos concorrentes buscarem soluções melhores, aumentando o nível de desenvolvimento técnico do país. "Nesse aspecto, no Brasil a Velsis tem sido a pioneira e tem inventado e desenvolvido tecnologias de alto nível mundial", finaliza.