Deflagrada na manhã de quinta-feira (27), a 4ª fase da operação Mensageiro somou 15 prefeitos presos no Estado e colocou sob a mira um suposto esquema de corrupção na licitação de lixo em várias cidades de Santa Catarina. Prisões equivalem, atualmente, a 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina e envolvem sete partidos.
A investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Na 1ª fase, em 6 de dezembro de 2022, quatro prefeitos foram detidos.
Já na 2ª fase, em 2 de fevereiro de 2023, dois prefeitos foram presos. Na 3ª fase, o prefeito de Tubarão teve o mandado de prisão preventiva cumprido junto com o vice. Na 4ª fase, na quinta, foram presos oito chefes do executivo municipal.
Também alvo de mandado de prisão, o prefeito Luis Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim, não foi encontrado. Ele está na Europa, em viagem familiar, segundo a prefeitura.
O prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi solto mediante ao uso de tornozeleira eletrônica por causa de problemas de saúde. O restante dos políticos está preso, sendo cinco réus no processo.
Segundo as investigações comandadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), uma empresa catarinense seria a responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações em diferentes municípios.
Um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina, confirme os investigadores. Esse “mensageiro” não trabalharia mais na empresa há 10 anos, mas fazia o papel de interlocutor com os agentes públicos.
A Serrana Engenharia, suspeita de fazer parte do esquema, manifestou-se por nota no início de abril: "O Grupo informa que tem histórico de mais de 30 anos de excelente execução dos contratos administrativos e todos os fatos imputados à empresa na Operação Mensageiro não possuem relação com a qualidade da prestação dos seus serviços aos municípios e a população."
A empresa se disse "ciente da importância de rever seus processos internos e afirma que está implantando programas de integridade e regulação interna" e "que segue colaborando e acompanhando os trâmites de todos os processos relacionados à Operação Mensageiro."
Já na quarta fase da Operação Mensageiro, em 27 de abril, o grupo disse em nota que se manifestaria exclusivamente nos processos da operação "em respeito ao sigilo judicial".
Confira o que dizem os presos na 4ª fase da operação:
Defesa de prefeito alvo de mandado, mas que não foi preso: