Um acordo de última hora foi fechado no caso de difamação entre a Fox News e a Dominion Voting Systems. O anúncio foi feito pelas partes nesta terça-feira (18).

“As partes resolveram o caso”, disse o juiz da Corte Superior Eric Davis. “Sua presença aqui foi extremamente importante, e sem vocês as partes não teriam conseguido resolver a situação”, disse o juiz aos jurados, antes de dispensá-los.

De acordo com o advogado da Dominion, empresa de venda de hardwares e softwares de votação eletrônica, Justin Nelson, o acordo com a Fox News totaliza US$ 787,5 milhões. O acordo representa “justificação e responsabilidade”, disse Nelson, em entrevista coletiva.

“Estamos satisfeitos por ter chegado a um acordo para nossa disputa com a Dominion Voting Systems”, disse a Fox News em um comunicado. “Reconhecemos as decisões da Corte que declaram que certas alegações sobre a Dominion são falsas. Este acordo reflete o compromisso contínuo da Fox com os mais altos padrões jornalísticos. Esperamos que nossa decisão de resolver essa disputa amigavelmente, em vez da amargura de um julgamento divisivo, permita que o país avance com essas questões”.

“A Fox admitiu ter contado mentiras sobre a Dominion, que causaram enormes danos à minha empresa, aos nossos funcionários e aos clientes que atendemos”, disse o CEO John Poulos. “Nada pode compensar isso. Não posso agradecer aos funcionários eleitorais que servimos o suficiente. Sem eles, não há democracia”, acrescentou.

Como parte de um dos termos do acordo, a Fox News não terá que reconhecer no ar que contou mentiras eleitorais sobre os sistemas de votação da Dominion, disse um representante à CNN.

A Fox News reconheceu em sua declaração que falsidades foram transmitidas. No entanto, os principais âncoras do canal não serão obrigados, como parte do acordo, a reconhecer as mentiras transmitidas após as eleições americanas de 2020.

O acordo entre as duas partes foi negociado enquanto o julgamento estava prestes a ser aberto. Depois que um atraso de horas interrompeu os procedimentos no tribunal, começaram especulações de que um acordo estava em andamento.

Com o entendimento, o caso está efetivamente encerrado e não será julgado. Ao fazer um acordo com a Dominion, executivos da Fox News e personalidades serão poupados de testemunhar sobre sua cobertura eleitoral americana de 2020.

Em seu processo, a Dominion pediu US$ 1,6 bilhão em danos à Fox News. A rede argumentou nos procedimentos pré-julgamento que esse número foi inflado, e não chegou nem perto de capturar com precisão as perdas potenciais que a Dominion poderia ter sofrido como resultado das transmissões da Fox em 2020.

A Fox News e a Fox Corporation dizem que nunca difamaram a Dominion e que o caso é um ataque sem mérito à liberdade de imprensa. Eles negaram a alegação de que promoveram conspirações eleitorais.

Embora o caso Dominion tenha acabado, a Fox News ainda enfrenta um segundo processo de difamação da Smartmatic, outra empresa de tecnologia de votação que diz ter sido difamada nos programas da Fox após as eleições americanas de 2020. Esse caso ainda está em processo de investigação e um julgamento não é esperado tão cedo.

A Dominion Voting Systems ainda tem processos pendentes contra as redes Newsmax e OAN, bem como contra os aliados de Donald Trump Rudy Giuliani, Sidney Powell e Mike Lindell. Todas essas partes e entidades negam irregularidades.