Internacional São Tomé e Príncipe
São Tomé: Presidente diz esperar “esclarecimento cabal” do ataque ao quartel militar
O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, disse hoje (24) esperar “o esclarecimento cabal” do assalto ao quartel-general das Forças Armadas, ocorrido em novembro, e saudou que tenha sido deduzida a acusação do Ministério Público dentro dos prazos legais.
24/02/2023 21h25
Por: Redação Fonte: África21Digital
África 21 Digital com Lusa

“É preciso prosseguir, que as coisas continuem o seu curso normal até ao esclarecimento cabal da situação. É tudo quanto eu almejo”, disse aos jornalistas o chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, antes de partir para Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, onde participará este sábado na cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).

Carlos Vila Nova reagia assim à acusação de dez arguidos, pelo Ministério Público, conhecida esta quinta-feira, sobre o assalto ao quartel militar, em 25 de novembro passado, em que morreram quatro pessoas, sob custódia militar.

“Congratulo-me pelo facto de terem sido respeitados os prazos”, afirmou, referindo-se ao prazo de três meses para dedução de acusação com arguidos em prisão preventiva, que terminava no sábado.

“Espero que as coisas decorram com toda a tranquilidade e normalidade e se esclareça cabalmente a situação”, insistiu.

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O Ministério Público são-tomense acusou dez arguidos, nove militares e um civil, pela prática, em coautoria e concurso efetivo, de um crime de alteração violenta do Estado de Direito, sete crimes de homicídio qualificado na forma tentada, um crime de ofensas corporais com dolo de perigo, um crime de sequestro agravado e um crime de detenção de arma proibida, no caso do ataque ao quartel-general.

Sobre a morte dos quatro homens no quartel-militar – três dos quatro assaltantes e Arlécio Costa, um ex-combatente do ‘batalhão Búfalo’, detido em sua casa horas depois -, após maus-tratos, o Ministério Público esclareceu que o caso tem neste momento 20 arguidos, dos quais 11 em prisão preventiva, e que se prevê “para breve a dedução do respetivo despacho de encerramento da instrução preparatória, terminando o prazo máximo para o efeito a 18 de março, ou seja, três meses depois da primeira detenção efetuada”.

Na madrugada de 25 de novembro, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que as autoridades classificaram como tentativa de golpe de Estado. O oficial de dia foi feito refém e ficou ferido com gravidade devido a agressões.

Três dos quatro atacantes detidos pelos militares, e Arlécio Costa, um antigo combatente do batalhão “Búfalo” da África do Sul – detido posteriormente, em casa -, morreram horas depois no quartel.

Fotos e vídeos dos homens com marcas de agressão, ensanguentados e com as mãos amarradas atrás das costas, ainda com vida e também já na morgue, e com militares a agredi-los, foram amplamente divulgadas nas redes sociais.