Meio Ambiente Microplásticos
Cientistas chineses desenvolvem robô para limpar microplásticos da água
Tecnologia é mais fina que um fio de cabelo humano e possui um meio inovador de obtenção de energia
03/12/2022 11h34
Por: Redação Fonte: Chinahoje

Um grupo de cientistas chineses desenvolveu uma espécie de microrrobô  para remover microplásticos e nanoplásticos (MNPs) da água, de acordo com a Universidade Jinan, um dos desenvolvedores.

O robô tem 20 a 100 mícrons de diâmetro, mais fino que um fio de cabelo humano e possui um meio inovador de obtenção de energia, fazendo uso de trocas com íons de impurezas na água, podendo funcionar sem apoio adicional de energia.

A pesquisa, publicada na revista Science Advances, afirma que a poluição por MNPs em águas não marinhas representa uma grande ameaça ao ecossistema global. No entanto, as estratégias existentes, como floculação química e filtragem física, muitas vezes não conseguem remover completamente as partículas de plástico ultrapequenas.

Em busca de uma solução melhor, os cientistas da Universidade Jinan, com sede em Guangzhou, e da Universidade de Hong Kong projetaram os micro-robôs para remover MNPs da água, inspirando-se em robôs de limpeza do chão.

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“Os robôs de limpeza do chão podem trabalhar de forma autônoma em uma rota planejada e varrer o lixo perto deles, então pensamos que poderia haver um tipo semelhante de robô para limpar o lixo na água”, disse Wang Jizhuang, um dos principais pesquisadores da Universidade Jinan, à Xinhua.

Devido aos componentes magnéticos internos, os robôs também podem ser simplesmente coletados com um ímã após completarem suas missões e podem ser controlados com precisão por meio de um campo magnético programável, de acordo com Wang. Durante a pesquisa, os robôs mostraram uma eficiência de remoção de mais de 90% durante 100 missões consecutivas para remover MNPs com várias composições, tamanhos e formas na água.

Estima-se que cada litro de esgoto precise apenas de cerca de 5 milhões de micro-robôs desse tipo para limpar os MNPs presentes na água, disse Wang, acrescentando que o número é muito fácil para os micro-robôs alcançarem na prática.

O grupo estabeleceu outros objetivos de pesquisa, como encontrar maneiras de os robôs recém-desenvolvidos coletarem MNPs simultaneamente e degradá-los in situ.

Espera-se que o desenvolvimento dos robôs, com as vantagens de custo acessível e poluição secundária mínima, torne-os adequados para aplicações industriais, proporcionando uma estratégia atraente para a remoção de partículas de plástico ultrapequenas em grande escala, assinalou Wang.