O presidente da Liga reagia ao espancamento do advogado e comentador numa rádio de Bissau Marcelino Intupé, na noite de terça-feira, em Bissau, alegadamente por homens fardados e armados.
Intupe encontrava-se na sua residência quando foi surpreendido por cinco homens com uniformes militares que o agrediram fisicamente, na presença da sua esposa grávida de oito meses, que terá tentado impedir a agressão.
Augusto Mário da Silva liderou uma delegação da Liga Guineense dos Direitos Humanos que o visitou na noite de terça-feira num hospital de Bissau, onde o advogado se encontra a receber tratamento médico.
O presidente da Liga dos Direitos Humanos disse ter tomado conhecimento do sucedido com Marcelino Intupe “com indignação, apreensão e com repúdio”.
“Nós não podemos continuar neste ambiente de violência. Neste ambiente de insegurança. Não podemos continuar nesta situação. Já são vários episódios de violência e parece-nos que a violência é institucional”, defendeu Augusto Mário da Silva.
O dirigente da Liga considera que “essa é a impressão” que a atuação das autoridades “deixa aos cidadãos”, perante o facto de terem ocorrido vários casos de violência sem que haja uma conclusão de inquéritos instaurados pelas autoridades, disse.
“Tudo fica no mar de impunidade. Ninguém é responsabilizado e as autoridades têm-se revelado indiferentes a tudo o que se passa, a todo o sofrimento do povo”, observou ainda Augusto Mário da Silva.
O presidente da Liga dos Direitos Humanos disse ser inaceitável que na Guiné-Bissau a violência seja institucionalizada e que seja eleita como meio de resolução de diferenças.
Augusto Mário da Silva afirmou que apela “mais uma vez” às autoridades judiciais, ao Governo, às autoridades políticas, no sentido de empenharem “todos os meios” para identificarem os autores da agressão a Marcelino Intupe e para que sejam levados à justiça.
A agressão foi condenada também pelo Presidente guineense, considerando que se tratou “ato bárbaro de violência”.
“Os sucessivos casos de violência que têm ocorrido constituem uma ameaça à paz social no nosso país, razão pela qual o Presidente da República exorta a Polícia Judiciária e o Ministério Público a investigar com a maior brevidade possível o ocorrido”, acrescentou o chefe de Estado, num comunicado divulgado na rede social Facebook.