Internacional Copa do Mundo
Segundo reportagem do jornal The Guardian de 2021, 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram durante as obras da Copa do Mundo
“Quem levantar a taça, sujará suas mãos com sangue”, critica Fatou sobre os trabalhadores mortos nas obras da Copa do Mundo
20/11/2022 13h31
Por: Redação Fonte: Mundo Negro

A cerimônia de abertura da Copa do Mundo no Catar acabou de acontecer na manhã deste domingo (20), mas o país continua sendo alvo de polêmicas fora dos campos devido a violações de direitos humanos e trabalhistas. Ontem, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, causou revolta ao dizer que se sente “árabe, gay e trabalhador migrante” ao defender o Catar e criticou os países ocidentais “hipocrisia”: “O que acontece neste momento é profundamente injusto […] Devemos nos desculpar pelos próximos 3 mil anos antes de dar lições de moral”, disse aos jornalistas.

No Instagram, a estudante e influencer Fatou Ndiaye se manifestou contra a posição do atual presidente da Fifa e a violação de direitos humanos e trabalhistas no Catar e relembrou do Joseph Blatter, ex-presidente da Federação. No dia 8 de novembro, ele declarou que “Catar foi um erro, foi uma escolha ruim”, doze anos depois da escolha do país-sede.

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“O presidente dos corruptos, o Blatter que fez de tudo para a aprovação do Catar como sede veio dar lição de moral e reconheceu só agora que foi um erro. Já o atual presidente, o italiano Infantino só quer saber de faturar e resolveu cuspir até no prato que comeu para defender o Catar”. E completa: “O ocidente topa tudo por dinheiro e o Catar pagou a nota que queriam. Nada além disso!”, critica.

“Por enquanto, a única seleção que fez algo que presta foi a holandesa. Eles doaram todo o prêmio recebido aos imigrantes que foram escravizados durante a construção dos estádios. Essa copa bateu recorde de mortes por acidente de trabalho. Mais de 6,5 mil morreram por acidente de trabalho”, escreve Fatou.

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Segundo reportagem do jornal The Guardian de 2021, 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram durante as obras da Copa do Mundo. “Não sei quem vai levantar a taça, mas sujará suas mãos com sangue de milhares de pessoas. O curioso é que todos querem a taça”, afirma.