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Especialistas compartilham pontos de atenção na adoção de IAs
Implementação da tecnologia é uma tendência crescente, conforme aponta a Global AI Adoption Index 2022, mas que demanda certas atenções
27/10/2022 17h55
Por: Redação Fonte: Agência Dino

Recentemente foi publicada a pesquisa Global AI Adoption Index 2022, conduzida pela Morning Consult, para a IBM. A pesquisa apontou uma crescente na adoção de inteligências artificiais (IAs) por empresas no mundo todo, considerando os últimos dois anos. Apesar de esse ser um dado positivo, especialistas da Certsys, consultoria de tecnologia, enfatizam que as lideranças corporativas precisam estar atentas a diversos aspectos dessa tecnologia antes de implementá-la.

No Brasil, 41% das empresas entrevistadas indicaram ter implementado ativamente a tecnologia nos últimos anos. Os dados da pesquisa indicam que isso se deve ao reconhecimento das IAs como ferramentas valorosas para um cenário de transformação digital intenso. Além disso, as IAs estão se tornando mais acessíveis e parte de iniciativas de sustentabilidade, dado que 66% dos profissionais de TI no Brasil indicam que, para acelerar suas iniciativas ESG, sua empresa está implementando IA ou tem planos de fazê-lo. Apesar disso, lidar com essa tecnologia ainda é uma novidade para a maior parte das empresas e pessoas, o que levanta certos alertas, para os quais a Certsys definiu três reflexões pertinentes:

1 - IAs são frutos de seus criadores e do meio em que se inserem

Como as IAs são feitas por pessoas, muitas vezes elas ficam presas às tendências de dados buscadas por quem as criou. Elas são limitadas pelo que conseguem perceber e interpretar. Se seus treinamentos não forem bons ou completos o bastante, a IA aprenderá menos. “Se seus dados forem enviesados ou possuírem baixa qualidade, a IA vai herdar esses vieses e essa baixa qualidade. Não é possível gerar bons modelos com dados ruins”, explica Hader Azzini, Head of Data & Analytics da Certsys.

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“É interessante notar que quando as lacunas e vieses são fruto de falta de diversidade no desenvolvimento, podemos corrigir isso com um time desenvolvedor mais plural, que traz para a produção contextos diversos e olhares criativos complementares”, comenta Heloísa Ramos, Chief Human Resources Officer da Certsys. “É possível transmitir essa pluralidade de visões e ideias para criar IAs mais completas, e é bom ter alguém guiando o desenvolvimento com um olhar no futuro, sobretudo quando falamos de IA voltadas à sustentabilidade das organizações”, complementa Heloísa.

Apesar disso, os especialistas lembram que mesmo que seja um processo complicado, é possível realizar grandes avanços e ir melhorando as IAs, pois elas podem ser corrigidas, evoluir e se transformar para atender a demandas mais complexas, dado que fazem o que lhes é dito ou programado. “É preciso, antes de tudo, um olhar certeiro para o investimento em pessoas mais alinhadas também aos valores humanos, pois embora alguns erros e tendências surjam de forma inocente, há aqueles que são movidos por malícia e um desejo por resultados tendenciosos no uso de IAs. É por isso que é tão valiosa a mão de uma consultoria especializada na hora de agregar ou desenvolver uma IA”, completa Stiverson Palma, Chief Executive Officer da Certsys.

Para Stiverson, cabe às lideranças das organizações se aliarem a parceiros estratégicos na implementação de IAs, mas também estar atentos à gestão de sua própria equipe, com um olhar que busca soluções de negócios mais alinhadas com valores sustentáveis e em acordo com o que o público consumidor precisa. “As IAs precisam seguir padrões éticos rigorosos!”, completa Stiverson.

2- É preciso estar preparado para aproveitar os insights

As IAs, com certeza, trarão previsões mais adequadas, sobretudo pela sua capacidade de lidar com grandes quantidades de dados. Porém, para Hader, organizar os dados ainda é um desafio, pois por mais automatizado que seja o processo, ainda é preciso ir atrás das informações, conversar com pessoas, entender comportamentos e conseguir reunir aquilo que é mais interessante para as organizações. “Um dos maiores problemas está em saber qual dado você quer e precisa, e posterior a isso, como focar no que é essencial e realmente estratégico. A IA vai usar apenas o que disponibilizarmos para ela. Ela não pode gerar boas previsões a partir de dados inexistentes, tendenciosos ou errados”, explica Hader.

“Além disso, os insights mais importantes do ponto de vista de negócios são aqueles que os gestores conseguem observar a partir da previsão trazida pela IA”, explica Stiverson. Para ele, não adianta ser superficial, é preciso estar pronto para coletar uma quantidade massiva de dados e ter gestores extremamente capazes para observar o que foi encontrado e traçar estratégias a partir disso.

3 - Atenção ao uso dado para a sua IA: ela realmente resolve a dor do meu cliente?

As IAs podem ter inúmeras funções. Uma função popular é a do atendimento automático, adotada em diversos serviços, de bancos a redes de fast food. Porém para os especialistas da Certsys não basta implementar uma ferramenta apenas para se dizer competitivo. “Não tem nada pior para um negócio do que uma novidade inovadora apresentada com pompa e circunstância e que se mostra totalmente ineficiente. Uma IA de atendimento que não apresenta opções adequadas, que está limitada à imaginação do criador e não possui o conhecimento dos problemas reais dos clientes, atende mal, não soluciona problemas e, o pior de tudo, gera desagrado, impacta negativamente o relacionamento com o cliente e faz com que se perca dinheiro e a fidelidade tão difícil de ser conquistada”, explica Hader.

Para a Certsys, o cliente precisa ser o guia de todo esse processo. “Implementar IA é cada vez mais fácil e está cada vez mais barato. O difícil e custoso está em saber como e para que implementar essa tecnologia. Ela precisa ajudar o cliente, ser um auxílio para ele tanto quanto é para a liderança da empresa. Esse conselho vale para todos os tipos de IA, pois ela precisa ser uma ferramenta, resolver um problema. A estratégia, a identificação do problema e o como usar a ferramenta bem cabe à liderança das organizações, e sempre caberá”, finaliza Stiverson.