“A Comissão da UA informou-nos que as conversações de paz estão agendadas para 24 de outubro na África do Sul. Reconfirmamos o nosso compromisso de participar”, escreveu Redwan Hussein, conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.
O conflito na Etiópia começou em novembro de 2020 após um ataque da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) à base principal do exército em Mekele, na sequência do qual o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra o grupo, após meses de tensões políticas e administrativas.
A TPLF acusa Abiy de alimentar tensões desde que chegou ao poder, em abril de 2018, quando se tornou o primeiro oromo a tomar posse. Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope (EPRDF), de base étnica.
O grupo opôs-se às reformas da Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.
Após uma trégua de cinco meses que deu esperança para as negociações de paz, os combates foram retomados em 24 de agosto e Tigray está atualmente encurralado entre uma ofensiva conjunta dos exércitos etíope e eritreu no norte, e tropas etíopes auxiliadas por forças das regiões vizinhas de Amhara e Afar, no sul.
Na passada segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu o fim das hostilidades, considerando que a situação está a ficar “incontrolável” e apelando em particular à “retirada imediata” das tropas eritreias.